Já parou para pensar como é envelhecer por dentro?

Estou de volta depois um tempinho ausente. É que estava trabalhando no novo Casa de Mãe, que acaba de completar um ano. Pode ser que não se note tanta diferença estética, mas o “backoffice”, como se diz, está mil vezes melhor.  Agora não é o que tempo faz do lado de dentro da gente. O “backoffice” do nosso corpo se transforma automaticamente com o passar dos anos. É o natural da vida, já que não inventaram nenhum tipo de botox pro pulmão, pro coração ou pro intestino.  Ainda!

Eu trago esse assunto porque participei no último sábado de um congresso de Radiologia, em São José do Rio Preto. Os organizadores trouxeram um painel inteirinho dedicado ao envelhecimento.  Pra quem não sabe, a Radiologia é a área médica que usa imagem para diagnosticar e tratar doenças.

Nem preciso dizer que foi muito produtivo porque é sempre gratificante ter acesso ao conhecimento. Espero conseguir compartilhar um pouco desse aprendizado.  

Que tal começar observando a diferença entre um pulmão de 25 anos e um de 75 anos, na foto abaixo:

Sim! É isso que você está vendo. O envelhecimento modifica  anatomicamente e fisiologicamente nosso interior. Mas eu nunca tinha parado para pensar sobre o meu lado de dentro – nossa retaguarda.

Esse é um desafio que foi apresentado aos novos profissionais, que precisam entender as modificações dos órgãos nos idosos. Como tudo muda de forma, a mecânica de coisas simples, como respirar, por exemplo, fica naturalmente diferente.

Reconhecer essas mudanças é fundamental para não tratá-las como patologia e realizar um diagnóstico preciso.

Sim, porque o diagnóstico por imagem ganhou precisão com equipamentos como ultrassonografia, tomografia computadorizada, medicina nuclear, radiologia intervencionista e ressonância magnética. Mas é óbvio que tudo isso exige qualificação profissional.

De nada adianta tanta tecnologia sem formação adequada.  Porque um monte de dados não vale de nada se não houver um bom analista para interpretá-los.

Taí um lado bom do envelhecimento da população. A gestão de pessoas idosas abriu um campo de especialização em diversos setores da cadeia produtiva.  A Gerontologia é hoje uma das áreas de maior crescimento.

Agora, sem investir em Pesquisa & Desenvolvimento também, muito pouco se poderia fazer em prol do bem-estar do idosos. É preciso entender que a tecnologia é uma ferramenta fundamental para as diversas condicionalidades e demandas inerentes ao processo de envelhecimento.

Tecnologia em favor da longevidade

Um exemplo disso é o tomografo da GE Healthcare que consegue capturar imagens detalhadas do interior do corpo humano na velocidade de um único batimento cardíaco. Para se comparar, os modelos tradicionais precisam de cinco a 13 batidas.

Por ser mais rápido, com maior cobertura, permite fazer exames mais precisos em pacientes como crianças que se mexem muito ou idosos que não conseguem prender a respiração.

O que essa dobradinha – profissionais gabaritados e tecnologia de ponta – proporciona?

Simples: maior longevidade, melhor qualidade de vida, detecção precoce de doenças, tratamentos mais eficazes, menos invasivos e mais seguros, além da redução do tempo de internação hospitalar e da mortalidade.

A Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed) destaca ainda os transplantes realizados aqui, que deram respeitabilidade mundial ao Brasil. E o sistema de neuronavegação, um conjunto de tecnologias assistidas por computador que possibilita a ressecção de tumores cerebrais permitindo cirurgias com maior segurança em locais do cérebro de difícil acesso.

Outros avanços importantes como produtos para audição, medidores de insulina e marcapassos, para citar alguns apenas, revolucionaram a saúde fora do ambiente hospitalar. E novos players devem continuar trazendo mudanças no mercado de saúde.

Os serviços de monitoramento remoto de pessoas deverão ser ampliados. A radiologia intervencionista tende a ser a nova cirurgia. A robótica ganhará espaço assim como a genômica.  A telemedicina deverá se intensificar.

A minha dúvida é: será que só quem tem dinheiro terá acesso? Espero que não! Como a internet que hoje beneficia quase 4 bilhões de pessoas no mundo, espero sinceramente que milhões de pessoas de áreas mais distantes do País possam ser atendidas remotamente e ganhar qualidade de vida.

Que assim seja!

Longev Week: acesso fácil a conteúdo popular

Um evento democrático sobre Saúde, voltado para a população leiga e não somente para profissionais. É assim que define a Longev Week, seu criador  Edgar Werblowsky, para quem conhecimento é poder: “O conhecimento é a chave de tudo”.

E o acesso à informação que possa garantir saúde, autonomia e independência é a base para o planejamento da vida para a longevidade. “Conhecer o nosso corpo é essencial. Com o transcorrer dos anos ficamos mais vulneráveis às doenças. Ter consciência do que podemos fazer para evitá-las, adiá-las ou tratá-las é um dos objetivos da Longev”, diz Werblowsky.

A Longev Week está marcado para 8 a 14 de dezembro, no teatro da Faculdade de Medicinada Universidade de São Paulo (USP). As inscrições são gratuitas, pelo site, e o participante escolhe até 3 palestras e 3 atividades.

Durante a semana de promoção da saúde e da prevenção de doenças para a longevidade ocorrerão 49 palestras temáticas e 49 atividades de bem-estar. Entre os temas estão o Alzheimer, o Parkinson, as doenças do coração, a diabetes, a depressão e as possibilidades e alternativas para combatê-la, entre dezenas de outros.

Entre os palestrantes estarão a psiquiatra especializada em sexo, Carmita Abdo; o médico especialista em sono, Geraldo Lorenzi Filho; a oncogeriatra Marina Sahade; o médico geriatra especializado em musicoterapia, Thiago Mônaco; e a especialista em aromacologia, Sonia Corazza; entre muitos outros.

Paralelamente às palestras acontecerão atividades que estimulam hábitos saudáveis, como, por exemplo, a dança circular, a cargo de Vaneri de Oliveira; a pintura em aquarela, com a terapeuta artística Mary Porto; o canto, com a maestrina Sonia Marx, entre outras.

SERVIÇOS

Inscrições: http://twixar.me/5Tb3

Quando: 8 a 14 de dezembro

Onde: Av. Dr. Arnaldo, 455 – Cerqueira César, São Paulo – SP, 01246-903

Telefone: (11) 5088-0990

Confira a programação no site :http://longevweek.com.br

Informação à moda antiga

Cebes lança radionovela para ampliar conhecimento sobre o SUS. E a Rádio 60.0, quem diria, é tocada pelos velhinhos mais animados do litoral santista.

Quais são seus hábitos matinais? O que você costuma fazer logo que sai da cama? Bem, eu vou te contar um segredinho! Antes mesmo de escovar os dentes, eu ligo o rádio. E quando não tem um aparelho perto, escuto o noticiário – do rádio – pela televisão ou pela internet.

O rádio foi o maior companheiro de todos os brasileiros até a chegada da televisão, internet e a popularização do cinema. Era o grande veículo de comunicação que levava às casas das pessoas músicas, notícias e entretenimento.

No anos 1930 era comum se ouvir no rádio grandes textos teatrais. No entanto, o grande marco deu-se no início dos anos 1940, quando estrearam as radionovelas no Rio e em São Paulo. O gênero logo caiu no gosto do público e foi sucesso de audiência por duas décadas.

Segundo contou a jornalista Rose Saconi, no acervo de  O Estado de S. Paulo, as radionovelas estimulavam a imaginação dos ouvintes. “Era a magia do rádio que permitia se acompanhar uma boa história apenas por meio de vozes e som ambiente”, escreveu.

Os recursos eram poucos, apenas os chamados radioatores protagonizando as tramas com a utilização da voz e os criativos efeitos de sonoplastia. Uma terrível tempestade, por exemplo, não passava de uma folha de zinco balançando. Cavalos em galope eram apenas cascas de coco batendo numa mesa.

Um clima agora resgatado pelo Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes), com o projeto ComunicaSUS.

Serão dez episódios de radionovelas curtas para ajudar a levar informações sobre o Sistema Único de Saúde. A ideia é conscientizar a sociedade sobre seus direitos, além de valorizar o trabalhador da área, de modo a consolidar o sistema.

Nas radionovelas, SUSete, uma jovem agente de Saúde, vai dividir grandes questões com suas companheiras Ângela e Norma, entre tantos outros personagens, sobre a missão de democratizar a comunicação e a informação no SUS.

Sobre o Cebes

O Centro Brasileiro de Estudos de Saúde é uma entidade nacional criada em 1976, cuja missão histórica é a luta pela democratização da sociedade e a defesa dos direitos sociais, em particular o direito universal à saúde.

Como espaço plural suprapartidário, reúne ativistas, lideranças, pesquisadores, professores, profissionais e estudantes. Mais do que isso, articula e participa de frentes e alianças com diversos movimentos sociais, grupos e entidades da sociedade civil.

Rádio 60.0

E por falar em rádio, já ouviu a 60.0? Projetada para “dar voz” aos cerca de 80 mil idosos de Santos, em São Paulo, a Rádio 60.0 é iniciativa da prefeitura, tocada pelos velhinhos mais animados do litoral. A programação do veículo transmite, via internet, músicas dos anos 60 a 2000: de Agostinho dos Santos a Clara Nunes e Wanderléa.

O projeto oferece workshop de capacitação em técnicas de rádio aos idosos.  O treinamento tem duração de uma semana e os alunos podem, após a formação, integrar o grupo de voluntários que participam da produção, edição e locução da 60.0.

As aulas ministradas incluem temas como cidadania, internet, redes sociais e aplicativos de celular, história do meio de comunicação e técnicas de locução.