Seja você a sua fonte da juventude

Sabemos hoje que a fonte para um envelhecimento saudável está em nós mesmos: nos cuidados com o corpo, a mente e a alma. E essa constatação deve ser vista como evolução da sociedade. É o que afirma a médica Maisa Kairalla, coordenadora do Ambulatório de Transição de Cuidados do Serviço de Geriatria e Gerontologia da Unifesp e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo, SBGG.

A fonte da juventude é uma lenda greco-romana que foi apropriada pelo Renascimento Europeu no século 16. Na mitologia, é um rio que saía do Monte Olimpo e passava pela Terra. Como vinha de deuses, seria capaz de dar a imortalidade a quem bebesse de sua água. Sabemos hoje que a fonte para um envelhecimento saudável está em nós mesmos: nos cuidados com o corpo, a mente e a alma. E essa constatação deve ser vista como evolução da sociedade. É o que afirma a médica Maisa Kairalla, coordenadora do Ambulatório de Transição de Cuidados do Serviço de Geriatria e Gerontologia da Unifesp e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo, SBGG.

Em entrevista ao Portal Plena*, ela destaca que envelhecimento e  longevidade são processos que devem ser compreendidos como grandes avanços. A falta de preparo para este momento, porém, cria um sentimento negativo. “É preciso maior educação e conhecimento sobre o tema”, diz a especialista, para quem é preciso se cuidar desde cedo para garantir um amadurecimento saudável e qualidade de vida, com produtividade e independência.  “É preciso mostrar aos jovens que eles não serão jovens para sempre e que a maneira como se leva a vida fará toda diferença ao longo dos anos.” Confira os principais trechos dessa conversa:

A senhora  acredita que o tema envelhecimento tem sido discutido da forma que deveria no Brasil?

Não. Estamos aquém do que deveríamos falar e aprender. O tema tem um impacto social e econômico decisivo para o país.

O que poderia ser feito para começarmos já esse debate?

Há políticas públicas bem desenhadas que devem ser implementadas. Mas, precisamos discutir mais, ensinar sobre o envelhecimento desde a escola infantil. Educar para envelhecer.

A longevidade deveria ser algo a se comemorar, mas acaba se tornando um problema. A senhora não acha que o a velocidade do envelhecimento populacional  criará um quadro de caos social?

Sim, se nada for feito para lidar com o fenômeno.

Como a senhora vê o envelhecimento brasileiro contextualizado em um país que não consegue resolver problemas básicos de educação e saúde?

Um problema socioeconômico de grande impacto.

De maneira geral, a velhice é tida como uma época de desencanto e inatividade, poucos conseguem vivê-la de forma ativa e saudável. O que poderia ser feito para mudarmos essa ideia de que ser velho é estar ‘acabado’ para a vida?

Praticar atividade física, manter uma alimentação saudável, pensar na saúde desde cedo. Mudar a cultura.

A partir de que idade seria importante começarmos a pensar em uma velhice saudável?

Desde a infância e, principalmente, após os 30 anos.

Como mostrar aos jovens que não será jovem para sempre?

Basta entender que a tecnologia e a ciência trouxeram muita longevidade e que vivemos um momento em que a vida é prolongada pela tecnologia. Precisamos nos preparar.

Sobre a necessidade de ter atenção com a população que já atingiu a senioridade, o que poderia ser feito para melhorar a qualidade de vida desta faixa etária?

Promover a prevenção, como o controle da dislipidemia (aumento dos níveis de gordura no sangue) e do diabetes e adotar práticas como a vacinação.

A senhora disse que o médico geriatra tem uma visão muito importante sobre todo o processo de envelhecimento,  mas há outros profissionais envolvidos nesse trabalho de prevenção e educação. A geriatria é uma área da medicina que atrai estudantes ou falta profissional no Brasil?

Ainda somos carentes. Com o grande aumento da população idosa, não conseguimos suprir o mercado e não há uma grande procura por esta especialidade.

Maisa Kairalla/Divulgação

Maisa Kairalla/Divulgação

*O Casa de Mãe é parceiro do Portal Plena.

É preciso compaixão para conviver com o diferente

É muito fácil se compadecer de quem está longe, mandar dinheiro para uma criança com fome na África ou sofrer por um animal judiado na internet. Agora, será que o nosso próximo não está mais próximo do que a gente pensa? Por que é tão complicado tolerar ideias antagônicas?

Novembro está aí e o que fizemos de 2018? Melhor do que a lista de ano novo, é o balanço do que realmente foi concretizado [sim, eu sofro de ansiedade e o restinho de tempo que sobra até as confraternizações passa voando]. Sempre prometemos ser mais bonzinhos e equilibrados.  Ah, e praticar atividade física. Mas em que, de fato, temos contribuído para o mundo?

Eu tenho pensado bastante nisso porque é muito fácil ter compaixão de quem está longe, mandar dinheiro para uma criança com fome na África, ou mesmo sofrer por um animal judiado na internet. Agora, será que o nosso próximo não está mais próximo do que a gente pensa?

Nossa família, nossos amigos, nossos pais que envelhecem e começam a exigir uma paciência que precisa ser aprendida. Mesmo aqueles estranhos que cruzam nosso caminho.

O quão tolerante somos  para conviver com aqueles que pensam diferente de nós? Compreender o estado emocional de outra pessoa e relevar as ideias que consideramos estapafúrdias é um movimento que requer vontade de se reformar intimamente e tempo.

Só a experiência te dá capacidade de abrir seu melhor sorriso amarelo e fingir que concorda com algo que na verdade discorda completamente. Claro que é muito fácil exercitar a verborragia nas redes sociais, protegido pela tela de um eletroeletrônico. Será que já não é hora de parar de dispender tanta energia à toa?

As eleições deixaram um saldo um tanto quanto negativo diante da polarização nas urnas e deram um bom exemplo do nosso mau comportamento. Mas nem só de política, futebol ou religião se nutrem os desentendimentos.

Então, que tal começar a lista para 2019 com coisas como perdão, simpatia, sinergia, empatia, serenidade e humildade. Que a sua opinião seja dada de forma divertida e gentil, com prudência! É o meu desejo de ano novo.

Afinal, para quem gosta de sair do comodismo, e ter crescimento pessoal, conviver e lidar com pessoas diferentes pode ser um excelente aprendizado. Do meu lado, só posso dizer que esse primeiro ano passado aqui pertinho dos meus pais tem sido um exercício e tanto.

Logo eu que tinha a pretensão de mudar a vida deles para melhor! Não foi bem assim. Quem está mudando a minha são eles. Os nossos diversos embates serviram para mostrar que eles estavam felizes do jeito que estavam. E tive de apoiar, embora não entendesse nada de compaixão até então.

Quando falo em compaixão, não me refiro a sentir pena. É antes de tudo um sentimento que se diferencia porque leva à ação. Então, quando alguém se compadece por um indivíduo está mostrando respeito pela sua dor e tomando alguma atitude para amenizar a angústia que ele sente. É disso que se trata.

E, assim como diversos outros tipos de comportamentos, a compaixão pode ser treinada e desenvolvida. Eu comecei a praticá-la na convivência com os meus idosos. E, sinceramente, acredito que aprender a tolerar as diferenças com classe é um ótimo item para incluir na listinha de ano novo de todos os brasileiros.

Longev Week: acesso fácil a conteúdo popular

Um evento democrático sobre Saúde, voltado para a população leiga e não somente para profissionais. É assim que define a Longev Week, seu criador  Edgar Werblowsky, para quem conhecimento é poder: “O conhecimento é a chave de tudo”.

E o acesso à informação que possa garantir saúde, autonomia e independência é a base para o planejamento da vida para a longevidade. “Conhecer o nosso corpo é essencial. Com o transcorrer dos anos ficamos mais vulneráveis às doenças. Ter consciência do que podemos fazer para evitá-las, adiá-las ou tratá-las é um dos objetivos da Longev”, diz Werblowsky.

A Longev Week está marcado para 8 a 14 de dezembro, no teatro da Faculdade de Medicinada Universidade de São Paulo (USP). As inscrições são gratuitas, pelo site, e o participante escolhe até 3 palestras e 3 atividades.

Durante a semana de promoção da saúde e da prevenção de doenças para a longevidade ocorrerão 49 palestras temáticas e 49 atividades de bem-estar. Entre os temas estão o Alzheimer, o Parkinson, as doenças do coração, a diabetes, a depressão e as possibilidades e alternativas para combatê-la, entre dezenas de outros.

Entre os palestrantes estarão a psiquiatra especializada em sexo, Carmita Abdo; o médico especialista em sono, Geraldo Lorenzi Filho; a oncogeriatra Marina Sahade; o médico geriatra especializado em musicoterapia, Thiago Mônaco; e a especialista em aromacologia, Sonia Corazza; entre muitos outros.

Paralelamente às palestras acontecerão atividades que estimulam hábitos saudáveis, como, por exemplo, a dança circular, a cargo de Vaneri de Oliveira; a pintura em aquarela, com a terapeuta artística Mary Porto; o canto, com a maestrina Sonia Marx, entre outras.

SERVIÇOS

Inscrições: http://twixar.me/5Tb3

Quando: 8 a 14 de dezembro

Onde: Av. Dr. Arnaldo, 455 – Cerqueira César, São Paulo – SP, 01246-903

Telefone: (11) 5088-0990

Confira a programação no site :http://longevweek.com.br

Informação à moda antiga

Cebes lança radionovela para ampliar conhecimento sobre o SUS. E a Rádio 60.0, quem diria, é tocada pelos velhinhos mais animados do litoral santista.

Quais são seus hábitos matinais? O que você costuma fazer logo que sai da cama? Bem, eu vou te contar um segredinho! Antes mesmo de escovar os dentes, eu ligo o rádio. E quando não tem um aparelho perto, escuto o noticiário – do rádio – pela televisão ou pela internet.

O rádio foi o maior companheiro de todos os brasileiros até a chegada da televisão, internet e a popularização do cinema. Era o grande veículo de comunicação que levava às casas das pessoas músicas, notícias e entretenimento.

No anos 1930 era comum se ouvir no rádio grandes textos teatrais. No entanto, o grande marco deu-se no início dos anos 1940, quando estrearam as radionovelas no Rio e em São Paulo. O gênero logo caiu no gosto do público e foi sucesso de audiência por duas décadas.

Segundo contou a jornalista Rose Saconi, no acervo de  O Estado de S. Paulo, as radionovelas estimulavam a imaginação dos ouvintes. “Era a magia do rádio que permitia se acompanhar uma boa história apenas por meio de vozes e som ambiente”, escreveu.

Os recursos eram poucos, apenas os chamados radioatores protagonizando as tramas com a utilização da voz e os criativos efeitos de sonoplastia. Uma terrível tempestade, por exemplo, não passava de uma folha de zinco balançando. Cavalos em galope eram apenas cascas de coco batendo numa mesa.

Um clima agora resgatado pelo Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes), com o projeto ComunicaSUS.

Serão dez episódios de radionovelas curtas para ajudar a levar informações sobre o Sistema Único de Saúde. A ideia é conscientizar a sociedade sobre seus direitos, além de valorizar o trabalhador da área, de modo a consolidar o sistema.

Nas radionovelas, SUSete, uma jovem agente de Saúde, vai dividir grandes questões com suas companheiras Ângela e Norma, entre tantos outros personagens, sobre a missão de democratizar a comunicação e a informação no SUS.

Sobre o Cebes

O Centro Brasileiro de Estudos de Saúde é uma entidade nacional criada em 1976, cuja missão histórica é a luta pela democratização da sociedade e a defesa dos direitos sociais, em particular o direito universal à saúde.

Como espaço plural suprapartidário, reúne ativistas, lideranças, pesquisadores, professores, profissionais e estudantes. Mais do que isso, articula e participa de frentes e alianças com diversos movimentos sociais, grupos e entidades da sociedade civil.

Rádio 60.0

E por falar em rádio, já ouviu a 60.0? Projetada para “dar voz” aos cerca de 80 mil idosos de Santos, em São Paulo, a Rádio 60.0 é iniciativa da prefeitura, tocada pelos velhinhos mais animados do litoral. A programação do veículo transmite, via internet, músicas dos anos 60 a 2000: de Agostinho dos Santos a Clara Nunes e Wanderléa.

O projeto oferece workshop de capacitação em técnicas de rádio aos idosos.  O treinamento tem duração de uma semana e os alunos podem, após a formação, integrar o grupo de voluntários que participam da produção, edição e locução da 60.0.

As aulas ministradas incluem temas como cidadania, internet, redes sociais e aplicativos de celular, história do meio de comunicação e técnicas de locução.

Dia do Idoso é alerta para a sociedade aprender a ressignificar a velhice

Quando os problemas ambientais vieram à tona, toda a sociedade teve de passar por uma reeducação que a levou a rever seu comportamento. De lá para cá, o entendimento do ciclo de vida de um produto faz parte do cotidiano das mais diversas gerações, que entenderam a preservação do meio ambiente como algo essencial para o futuro do planeta. O desafio agora é modificar a compreensão sobre o ciclo da vida humana para ressignificar a longevidade, um fenômeno inédito para os brasileiros.

O Dia Internacional do Idoso, comemorado nesta segunda-feira, 1 de Outubro, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1991 para sensibilizar a sociedade sobre as questões do envelhecimento e da necessidade de proteger e cuidar da população mais idosa. Algo que só se conquista com educação. É a base de tudo. De todo o resto.

Quando os problemas ambientais vieram à tona, toda a sociedade teve de passar por uma reeducação que a levou a rever seu comportamento. De lá para cá, o entendimento do ciclo de vida de um produto faz parte do cotidiano das mais diversas gerações, que entenderam a preservação do meio ambiente como algo essencial para o futuro do planeta. Não é diferente com o envelhecimento. O desafio agora é modificar a compreensão sobre o ciclo da vida humana para ressignificar a longevidade, um fenômeno inédito para os brasileiros.

E, consciente disso, o Portal Plena faz sua parte com o Plena na Escola. Trata-se de um projeto recém-lançado, que debate os reflexos da transição demográfica com os alunos do ensino médio.

De acordo com Ana Cláudia Vargas, o retorno tem sido positivo. “Estudantes interessados, perguntas estimulantes, um cenário que favorece a discussão,  assim têm sido os debates do Plena na Escola, uma iniciativa que se propõe a ser uma conversa franca e aberta sobre a velhice”, conta em seu texto.

Na prática, são conversas  nas quais o economista Wanderley Parizotto fundador do portal, fala aos estudantes sobre o rápido envelhecimento da população brasileira, sobre suas consequências e da importância de se envelhecer de forma autônoma em todos os aspectos. Ou seja, de ressignificar a longevidade.

Segundo Parizotto, a ideia é inserir  o tema do envelhecimento em alguma atividade acadêmica do dia a dia. A discussão demora, em média, uma hora. E todos os assuntos abordados são ilustrados e respaldados em dados do IBGE.

“Procuramos sempre fazer um paralelo com a leitura e o conhecimento matemático, histórico, sociológico, filosófico e assim por diante”, diz. “A intenção é levar este debate para escolas do Brasil inteiro”.

plena nas escolas

Interessados em saber mais sobre o Projeto Plena Na Escola devem entrar em contato com ana.vargas@portalplena.com (11) 99843-9381 ou  wanderley@portalplena.com (11) 994153-7528.