Cadê o programa de trainee pra véio?!

Eu conheci a Vania Ferrari num evento para líderes empresariais no Rio de Janeiro, no qual fui mestre de cerimônia. Nunca mais deixei de acompanhar seu trabalho.  Como ela mesmo se descreve, no site da Pensamentos Transformadores, é inteligente, bem-humorada e, eu diria,  tem o dom não só acordar, como de sacudir a plateia. Não tem receio de rir alto, provocar e incomodar.

Tudo para  desenvolver lideranças capazes de promover um ambiente corporativo mais feliz. É dela o vídeo compartilhado aqui. Acho que serve de inspiração para todas as idades. Sem mais delongas :-), fiquem com ela!

“Eu gosto de gente nova. Mas eu gosto MUITO MAIS de véio ! Lembrando que os idosos de hoje não são mais os mesmos de antigamente: são muito mais antenados, saudáveis, cultos, sábios e dinâmicos. Então, porque a gente não contrata pessoas acima dos 50, 60, 70 anos ?”

Corrida é um baita antídoto contra o ageismo

Conheci o Marião ( como gosta de ser chamado o cara aí da foto), já com mais de 60 anos, na assessoria esportiva Enjoy Running, onde treinei por muito tempo. Foi ali, no Parque do Ibirapuera, que acompanhei sua evolução, saindo do sedentarismo até se tornar maratonista. Sim, 42.195 KMs feitos com uma alegria contagiante. Vou convidá-lo para escrever um depoimento aqui para o Casa de Mãe. Acho sua caminhada algo inspirador.

Claro que ele não é o único a superar limites numa fase da vida até pouco tempo considerada avançada demais para alçar novos voos. Citei o percurso do Mario porque corremos juntos, de igual pra igual, independentemente da idade. E comigo correram outras tantas pessoas mais jovens e com capacidade física completamente diferentes. Mas a corrida, democrática que é, nos uniu. E nos tornamos um grupo de apoio, carinhosamente batizado de Família Enjoy.

Qualquer um de nós que já ultrapassou a barreira dos “enta” sabe que tem muito a ganhar com essa atividade física frente ao envelhecimento. Só precisa se tornar um hábito para que a gente possa promover a saúde e prevenir doenças. Não adianta ser corredor de fim de semana, não!

Agora, está comprovado que correr regularmente ajuda a melhorar o funcionamento do sistema cardiovascular, o que evita doenças como infarto e AVC. Achou pouco? Ao aumentar o condicionamento físico, a corrida fortalece os músculos e os ossos, prevenindo a sarcopenia e a osteoporose, além de auxiliar no controle do colesterol. Todas aquelas coisas que, vamos combinar, a gente sabe que vão aparecer com o tempo.

Mas o melhor de tudo eu ainda não contei! Ela inunda o nosso organismo com endorfina, hormônio que causa sensação de bem-estar. Tem droga melhor?

Li, ainda, que alguns cientistas juram que correr regularmente reduz mudanças na estrutura cerebral relacionadas ao envelhecimento e pode até levar ao surgimento de novos neurônios. Só isso já seria o suficiente pra animar a gente a dar a largada para abraçar esse novo hábito.

Mas antes de dar o primeiro passo é preciso alguns cuidados básicos. Se você nunca correu, comece com um teste ergométrico – aquela avaliação cardiológica para identificar como o organismo reage ao exercício.  E isso não é tudo. Depois de certa idade, é preciso seguir algumas regras para praticar atividade física com segurança.

Veja quais são:

  • Faça check-ups médicos regularmente (a cada seis meses ou um ano).
  • Busque orientação de um profissional de educação física para realizar os treinos. As assessorias de corrida hoje são bem acessíveis e permitem a formação de grupos.
  • Prefira sempre correr acompanhado. Além de ajudar a construir novas amizades, isso é bom para sua segurança.
  • Mantenha uma alimentação equilibrada e adequada para as necessidades do seu organismo. Por isso, é importante se consultar com um nutricionista.
  • Respeite os limites do corpo. A qualquer sinal de dor, tontura ou mal-estar, pare. Procure um médico.
  • Beba água ao longo do dia e também durante o treino, para ficar bem hidratado.
  • Procure correr em percursos que não possuem muitos obstáculos, como buracos, degraus e pedras. É bom prevenir tombos.
  • Evite fazer atividades físicas nas horas mais quentes do dia, entre 10h e 18h.
  • Inclua no seu treino exercícios que contribuam para o ganho de força e equilíbrio, como musculação ou pilates.
  • Escolha o tênis adequado, de acordo com seu tipo de pisada: neutra, pronada ou supinada. Prefira modelos com solado macio para absorver o impacto e, assim, evitar lesões nas articulações, principalmente no joelho.
  • A melhor maneira de se certificar de sua pisada é procurar um médico ortopedista, de preferência especializado em tornozelo e pé. Caso alguma doença seja diagnosticada, é necessário fazer testes com um fisioterapeuta especializado em baropodometria, que é a análise de marcha.
  • Outra dica valiosa é não usar tênis apertado e nem folgado demais. Quando experimentar, verifique se que existe uma folga de cerca de 1,5 cm entre o dedo grande e a ponta do calçado.22
  • E nada de estrear tênis na primeira corrida, hein!

Texto originalmente publicado em Dominique.

Os 25 melhores filmes sobre a velhice

Cinéfila desde sempre, acho que o cinema, assim como a literatura, ajudou a moldar o que sou. Desde que pesquisei os livros que tratam do processo de envelhecer, tenho pensado nos filmes… Mas achei essa seleção maravilhosa, muito melhor do que eu imaginava fazer. Então, decidi compartilhar. É assim que o baile segue, não é mesmo? Na colaboração. Não assisti vários dos indicados aqui e agradeço o #PalavrasDeCinema pela lista! Há quem critique, mas sem uma pauta, um guia que seja, não sou capaz de cumprir as tarefas do dia. Quem também ama listas? #LoveLists

Da comédia ao drama profundo, a velhice nem sempre tem sido tratada com constância no cinema. É comum atores com idade avançada ocuparem personagens coadjuvantes e com dramas que passam longe do seio da história. Às vezes são mordomos, feiticeiras ou, em muitos casos, guias espirituais ao herói jovem e galã.

Os mais velhos, quando no centro, deram luz a grandes jornadas, com ensinamentos aos mais jovens, com aprendizado adquirido com o mundo bruto – como se vê nas obras-primas Morangos Silvestres e Viver. Alguns filmes não são fáceis: levam a pensar na morte, momento em que se pode deixar uma marca ou apenas aceitar o fim.

Os filmes abaixo deixam marcas com personagens maldosas, bem humoradas, muitas vezes como crianças desamparadas, perdidas entre os sinais da juventude. A velhice, no cinema, deixa motivos para comemorar – pelo menos do ponto de vista cinematográfico. É o que se constata em 25 filmes incríveis.

25) Nebraska, de Alexander Payne

nebraska

24) O Último Pistoleiro, de Don Siegel

o último pistoleiro

23) Ensina-me a Viver, de Hal Ashby

ensina-me a viver

22) Uma História Real, de David Lynch

história real

21) Up: Altas Aventuras, de Pete Docter e Bob Peterson

up

20) Uma Dupla Desajustada, de Herbert Ross

uma dupla desajustada

19) E se Vivêssemos Todos Juntos?, de Stéphane Robelin

e se vivêssemos todos juntos

18) Harry, o Amigo de Tonto, de Paul Mazursky

harry o amigo de tonto

17) Vou para Casa, de Manoel de Oliveira

vou para casa

16) A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino

a grande beleza

15) O Regresso para Bountiful, de Peter Masterson

O Regresso para Bountiful

14) Baleias de Agosto, de Lindsay Anderson

baleias de agosto2

13) Adeus, Mr. Chips, de Sam Wood

adeus mr chips

12) Hanami – Cerejeiras em Flor, de Doris Dörrie

hanami

11) O Carrinho, de Marco Ferreri

o carrinho1

10) A Morte do Sr. Lazarescu, de Cristi Puiu

a morte do senhor lazarescu

9) Amor, de Michael Haneke

amor

8) Poesia, de Lee Chang-dong

poesia

7) Morangos Silvestres, de Ingmar Bergman

morangos silvestres

6) A Última Gargalhada, de F.W. Murnau

a última gargalhada

5) O Amor, de Károly Makk

o amor

4) Umberto D., de Vittorio De Sica

umberto d

3) Viver, de Akira Kurosawa

viver

2) A Cruz dos Anos, de Leo McCarey

a cruz dos anos

1) Era Uma Vez em Tóquio, de Yasujiro Ozu

contos de tóquio

Compartilhado do Palavras de Cinema.

Cuidar de idoso pode se tornar carga pesada demais

O cuidador familiar costuma abrir mão de sua qualidade de vida para atender às necessidades do outro. Fórmula certa para gerar estresse intenso, exaustão e até problemas de saúde mais graves. Se, como eu, precisa lidar com essa rotina e se sente despreparado, esse texto é para você!

Antes havia muito mais filhos e a expectativa de vida era bem menor, mesmo assim, geralmente, sempre sobrava para um só cuidar dos idosos da família. Tenho exemplo dentro desta Casa.

Com 12 irmãos, os cuidados diários da minha avó Isabel ficaram por conta da tia Isaura. Vovó morou com ela até seus últimos dias porque as mulheres eram preferidas, visto estarem mais comprometidas com os afazeres domésticos e não terem a obrigação de prover a família para atendimento de despesas.

Com as mudanças sociais decorrentes do aumento da força de trabalho feminina, assim como a queda da natalidade e o aumento da longevidade, houve menor disponibilidade de jovens dispostos a adiar projetos pessoais e a postergar objetivos profissionais para atender às exigências da situação.  Quem explica o cenário é a pesquisadora Maria Luisa Trindade Bestetti, professora do curso de Gerontologia da Universidade de São Paulo.

Outro exemplo que pode ser ilustrado pela Casa: embora tenha convivido com 12 irmãos, meu pai me criou sozinha.  E – como filha única – não sinto que venha desempenhando bem o meu papel de cuidadora.

Mas faço o que posso. Mudei-me para o interior e estou perto deles.  Algo só possível graças à tecnologia. A internet me permite trabalhar em home office e controlar pai e mãe por celular no dia a dia.

Mas mesmo tendo irmãos, tenho algumas amigas que enfrentam as mesmas dificuldades que eu porque os “meninos” moram no exterior ou não tiveram como se adaptar a essa nova realidade por motivos vários como financeiros ou profissionais. Dados do National Center on Caregiving (Centro Nacional de Cuidadores) mostram que em 66% dos casos ainda são as mulheres que assumem esse papel.

Há ainda outro ponto que é o custo imobiliário que condiciona a gente a viver em espaços cada vez menores e leva muitos a optarem pelos residenciais para idosos, os novos e melhorados asilos. Não que isso seja ruim, embora ainda muito criticado. Leia também “Moradia compartilhada melhora qualidade de vida”.

Lembro-me de que um dos atritos de quando me mudei para cá nesse começo de ano foi exatamente esse: apesar de certas dificuldades, meus pais precisam ter privacidade dentro de um cantinho só deles.

Claro que há quem questione as razões para essa decisão.  Mas é preciso refletir se todos estão preparados para cuidar dos pais,porque a corrida por sobrevivência torna o tempo escasso.  

Talvez o motivo mais significativo seja a falta de informação sobre as características da velhice, a ponto de deixar esses cuidadores acovardados diante da perspectiva da dependência, conforme escreve Silvia Helena Americano, no Portal do Envelhecimento*. Ela diz: “Ao envelhecer nos tornamos singulares. É natural da família diante da fragilidade tentar impor necessidades que não são dos nossos pais”.

De fato, ouve-se que os conflitos intergeracionais surgem principalmente quando os hábitos são diferentes, fato recorrente no ambiente doméstico onde o compartilhamento de espaços comuns acaba por provocar a busca pelo consenso, nem sempre fácil de encontrar.Se houver diálogo, pode ser assimilado sem cobranças, mas a certeza de procurar a melhor solução pode comprometer as decisões coletivas”, afirma Maria Luisa, em artigo ao Portal Plena*, parceiro do Casa de Mãe Blog.

O que ela nos mostra é que é preciso entender o tempo do outro e relevar as mágoas para ser capaz de cuidar. Mas por mais que a tarefa seja assumida de bom grado, há muito estresse em cuidar de uma pessoa querida dependente.

É uma carga pesada, que frequentemente leva o cuidador a abrir mão de sua qualidade de vida para atender às necessidades do outro. Fórmula certa para gerar não só estresse intenso, mas exaustão e até problemas de saúde.

Pesquisando sobre o assunto encontrei um excelente material no HuffPost* e tomei a liberdade de compartilhá-lo aqui com alguma edição e os devidos créditos. Assim, destaco alguns pontos que podem ajudar quem, como eu, tem de lidar com essa nova rotina.

Não encare a tarefa sozinho.

Peça ajuda. Se a pessoa que precisa ser cuidada é seu pai ou sua mãe, todos os irmãos precisam ajudar,independentemente de onde vivem ou de sua situação financeira. Quando os irmãos não dividem a carga, surgem ressentimentos entre eles, e as relações de família podem deteriorar rapidamente. Se não tiver irmãos, paciência! Conte com outros membros da família e amigos mais íntimos.

Lembre-se que seu trabalho tem valor.

Somos uma nação de pessoas que associam seu valor ao que ganham monetariamente, e cuidar de idosos com frequência é um trabalho que não é pago. De acordo com um estudo do Instituto de Políticas Públicas da AARP (Associação Americana de Aposentados), em 2009 os serviços de cuidadores foram avaliados em US$450 bilhões por ano. Quanto representa esse valor? É tanto quando as vendas conjuntas das três maiores montadoras de carros dos EUA (Toyota, Ford e Daimler: US$439 bilhões) e quase tanto quanto o PIB de 2009 da Bélgica, a vigésima maior economia do mundo.

Não abandone seu trabalho principal.

Um problema muito concreto enfrentado por cuidadores é que as empresas para as quais eles trabalham podem não ter ideia do que envolve cuidar de idosos. Você precisa de tempo para levar sua mãe ao médico e esperar enquanto ela faz uma ressonância magnética. Você usa o horário do almoço para buscar os remédios dela da farmácia. Durante o dia você precisa fazer ligações para saber como seu pai está indo, para conversar com o médico dele e discutir com o Medicare. Sem um horário de trabalho flexível, alguns profissionais não têm outra escolha senão abrir mão de seu emprego. E ao deixar de trabalhar antes do previsto, você pode estar colocando sua própria aposentadoria em risco.

Ingresse numa rede de apoio – e procure um mentor.

Embora seja ótimo conseguir sair de casa e encontrar seus amigos, nem sempre é o caso de desabafar com eles. O tempo que você passa com eles deveria ser para você se divertir um pouco e pensar em outra coisa. Não é que você não possa fazer confidências ou consultas para saber outra opinião, mas talvez seja melhor deixar para reclamar de seu irmão que não quer ajudar ou do Medicare, que o está deixando maluco, em um grupo de apoio. Quando você tem uma noite de folga, procure usá-la para se divertir. Não leve o estresse de carona. E afinal, sempre tem o Casa de Mãe Blog, criado para compartilhar dilemas e soluções. Sinta-se à vontade para me contar aqui o que você quiser!

Encontre modos de comunicação coletiva.

É claro que todo o mundo quer saber como foi a cirurgia da mamãe e se ela está se recuperando bem. Mas você não tem tempo para fazer um relatório longo ao telefone com cada um da família. Além disso, repetir a mesma história várias vezes é altamente cansativo. Use um site como CaringBridge para comunicar-se com todos ao mesmo tempo. E leia os comentários e os votos de recuperação rápida quando for o melhor momento para você.

Encontre o lado positivo oculto no que você está fazendo.

A Caring.com diz que 75% dos cuidadores informam sentir orgulho por estarem fazendo uma diferença positiva na qualidade de vida de um ente querido. Curta os momentos que você tem na companhia de seu familiar idoso, procure maneiras para incluí-lo em suas rotinas diárias e em encontros com outras pessoas. Crie o maior número possível de memórias.

*Com Portal Plena,  Portal do Envelhecimento e HuffPost.

Dez livros para estimular o pensamento crítico

Quanto mais informação melhor. Mas é muita coisa repetida e sem reflexão que se compartilha. Como tem sido em todas as frentes, aliás. Não é à toa que tem mais notícia para desmentir fake news do que fatos novos, de fato.   Para tirar as próprias conclusões sobre o envelhecimento nada melhor que uma boa e profunda leitura. Então vou compartilhar com vocês a primeira listinha de livros de uma série que fiz para pensar criticamente todas as nuances desse processo. Boa leitura!

Basta começar a escrever sobre um tema que logo tudo parece excessivo. Não tenho dado conta de ler tudo que sai na mídia sobre o processo de envelhecimento da população brasileira, suas causas e consequências. E sobre o tal empoderamento dos 60+, tão em voga ultimamente. Tudo bem, quanto mais informação melhor. Mas é muita coisa repetida e sem reflexão que se compartilha. Como tem sido em todas as frentes, aliás. Não é à toa que tem mais notícia para desmentir fake news do que fatos novos, de fato.  

Para tirar as próprias conclusões sobre essa fase da vida nada melhor que uma boa e profunda leitura. Então vou compartilhar com vocês a primeira listinha de livros de uma série que fiz para pensar criticamente todas as nuances desse processo. Confesso que não li todos, ainda. Li três  deles, por enquanto…São os três primeiros da lista e posso afirmar que são excelentes. Por isso, recomendo nessa ordem. É ler pra crer!

Agora, por mais chata que seja a condução do autor pelo árido terreno que pode ser a velhice, sempre vale a pena.  Afinal, ler – e aprender – nunca é demais. Boa leitura!

1-A arte de envelhecer, de Arthur Schopenhauer

Insere-se em uma longa tradição de reflexões filosóficas sobre a velhice. Nos aforismos e nas miniaturas aqui reunidos, Schopenhauer não parece o notório misantropo e pessimista. Ao contrário, ele se sai muito bem ao prestar uma homenagem à velhice e ao passado, que, ao mesmo tempo, constituem seu testamento e uma introdução à felicidade. Ao final, Schopenhauer se despede de nós com a certeza consoladora de que a velhice ao menos proporciona aquela serenidade e aquela paz de espírito que são as únicas a tornarem a felicidade possível.

2– A Velhice, de Simone de Beauvoir

Publicado em 1970 pela filósofa existencialista francesa, este livro traz o entendimento da percepção dos idosos pela sociedade. Do tratamento que as sociedades primitivas davam aos idosos até conquistas e problemas existentes nas sociedades atuais, a autora propõe uma mudança radical na sociedade, de forma a desmistificar as hipocrisias que cercam a velhice. Uma obra que alcançou repercussão em todo o mundo, levantando questões e soluções para os idosos.

3 – Coroas, de Miriam Goldenberg

Mirian Goldenberg é uma das referências mais importantes no campo de estudos de gênero no Brasil. Ultrapassando os muros da universidade, a antropóloga tem levado suas pesquisas e reflexões para inúmeros brasileiros que buscam compreender a complexidade dos discursos, dos comportamentos e dos valores associados ao envelhecimento na sociedade brasileira.  Neste livro, retrata o corpo e alma da mulher brasileira. “Amável, acessível, que recorre a formas modernas de comunicação. O texto resulta não apenas de pesquisa e conhecimento, mas também de autêntica e afetuosa sabedoria. Na atual conjuntura do Brasil, em que a luta pela dignidade da mulher chegou a um momento decisivo.” – Moacyr Scliar.

4 – Bela velhice, de Miriam Goldenberg

Neste curto ensaio, Mirian Goldenberg mostra que é possível experimentar o processo de envelhecimento com beleza, liberdade e felicidade. Mais de 25 anos de pesquisas sobre as mulheres e os homens brasileiros desafiou a antropóloga a buscar os caminhos para inventar uma “bela velhice”. Com base em depoimentos e pesquisas aprofundadas, mas sem abrir mão de ser acessível para o público, leigo, o livro traz dicas simples como aceitar a própria idade e dar muitas risadas.

5-Velhice: uma nova paisagem, de Maria Celia de Abreu, com Mario Sergio Cortella

A psicóloga Maria Celia de Abreu objetiva, neste livro, transformar visões e ideias preconcebidas a respeito do velho. Partindo de estudos teóricos sobre a psicologia do envelhecimento e de vivências colhidas em grupos de estudos, ela propõe que a vida passe a ser encarada como uma estrada que percorre diversas paisagens diferentes – nem melhores nem piores que as outras. Com exercícios de conscientização e exemplos práticos, a autora discorre sobre inúmeros assuntos pertinentes à velhice, como corpo, sexualidade, memória, perdas, luto e depressão.

6 – Nossas Noites, de Kent Haruf

Em Holt, no Colorado, Addie Moore faz uma visita inesperada a seu vizinho, Louis Waters. Viúvos e septuagenários, os dois lidam diariamente com noites solitárias em suas grandes casas vazias. Addie propõe a Louis que ele passe a fazer companhia a ela ao cair da tarde para ter alguém com quem conversar antes de dormir. Embora surpreso com a iniciativa, ele aceita o convite. Os vizinhos, no entanto, estranham a movimentação da rua, e não demoram a surgir boatos maldosos pela cidade. Aos poucos, os dois percebem que manter essa relação peculiar talvez não seja tão simples quanto parecia. Neste aclamado romance, Kent Haruf retrata com ternura e delicadeza o envelhecimento, as segundas chances e a emoção de redescobrir os pequenos prazeres da vida – que pode surpreender e ganhar um novo sentido mesmo quando parece ser tarde demais.

7-A arte de envelhecer, de Dr Sherwin B. Nuland

O autor explora o impacto do envelhecimento sobre nossos corpos e mentes, esforços e relacionamentos. Juntando sua paixão de cientista pela verdade com a compreensão de um humanista do coração e da alma, Nuland criou um livro franco e inspirador sobre o último estágio da vida. A chegada da terceira idade pode ser tão gradual que normalmente nos surpreendemos quando um dia descobrimos que ela se instalou definitivamente. As mudanças nos sentidos, aparência, reflexos, desgaste físico e apetite sexual são inegáveis – e raramente bem-vindas. Ainda assim, como Nuland revela, envelhecer tem surpreendentes bênçãos. A idade não concentra apenas a mente, como também as energias corporais, guiando muitos a novas fontes de criatividade, percepção e intensidade espiritual. Nuland nos ensina que ficar mais velho não é uma doença, mas uma arte – e para aqueles que conseguem fazê-lo bem, pode trazer extraordinárias recompensas.

8 – Tratado de Geriatria e Gerontologia, de Ligia Py, Elizabete Viana de Freitas e Milton Luiz Do Gorzoni

A terceira edição deste já clássico tratado foi completamente renovada. Por dentro e por fora. A obra ganhou diversos capítulos novos e todo o conteúdo foi profunda e rigorosamente revisado, além de ter sido atualizado a partir das mais recentes pesquisas, estudos demográficos, epidemiológicos, clínicos e psicossociais brasileiros e internacionais. Tudo isso fará com que o Tratado de Geriatria e Gerontologia reforce sua posição de best-seller, uma obra ímpar na literatura científica, referência segura e de primeira escolha para quem trabalha com a arte de prestar cuidados e atenção aos idosos.

9 –A beira do leito,  UNIFESP

Como fruto da experiência acumulada em mais de 15 anos de atuação multiprofissional no Hospital São Paulo (HSP), os colaboradores da Unidade Hospitalar da Disciplina de Geriatria e Gerontologia da UNIFESP compilaram neste livro os tópicos de maior relevância e geradores frequentes de dúvidas, para profissionais das mais diversas áreas que prestam atendimento a idosos hospitalizados. Surgido a partir das discussões de casos reais de pacientes internados na enfermaria geriátrica do HSP e em leitos de outras especialidades, este livro procura auxiliar o esclarecimento de dúvidas e a tomada de decisões à beira do leito, sob a forma de um manual para consultas rápidas.

10 – Envelhecimento – Uma visão Interdisciplinar, USP

É uma obra que tem sua origem no Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O livro apresenta caráter inédito e abrangente, objetivando auxiliar os profissionais de Saúde das diferentes áreas na qualificação do atendimento da população idosa. Sua visão é integrada, daí o seu subtítulo “Interdisciplinar”. Centra-se nos aspectos preventivos, clínicos e terapêuticos dos distúrbios mais comuns entre os idosos. Sua interdisciplinaridade reúne Geriatras, Gerontólogos, Clínicos, Reumatologistas, Endocrinologistas, Pneumologistas, Gastroenterologistas, Hematologistas, Cardiologistas e outras especialidades médicas de interesse.

Com informações do Google Books, Amazon, Saraiva.

Seja você a sua fonte da juventude

Sabemos hoje que a fonte para um envelhecimento saudável está em nós mesmos: nos cuidados com o corpo, a mente e a alma. E essa constatação deve ser vista como evolução da sociedade. É o que afirma a médica Maisa Kairalla, coordenadora do Ambulatório de Transição de Cuidados do Serviço de Geriatria e Gerontologia da Unifesp e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo, SBGG.

A fonte da juventude é uma lenda greco-romana que foi apropriada pelo Renascimento Europeu no século 16. Na mitologia, é um rio que saía do Monte Olimpo e passava pela Terra. Como vinha de deuses, seria capaz de dar a imortalidade a quem bebesse de sua água. Sabemos hoje que a fonte para um envelhecimento saudável está em nós mesmos: nos cuidados com o corpo, a mente e a alma. E essa constatação deve ser vista como evolução da sociedade. É o que afirma a médica Maisa Kairalla, coordenadora do Ambulatório de Transição de Cuidados do Serviço de Geriatria e Gerontologia da Unifesp e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo, SBGG.

Em entrevista ao Portal Plena*, ela destaca que envelhecimento e  longevidade são processos que devem ser compreendidos como grandes avanços. A falta de preparo para este momento, porém, cria um sentimento negativo. “É preciso maior educação e conhecimento sobre o tema”, diz a especialista, para quem é preciso se cuidar desde cedo para garantir um amadurecimento saudável e qualidade de vida, com produtividade e independência.  “É preciso mostrar aos jovens que eles não serão jovens para sempre e que a maneira como se leva a vida fará toda diferença ao longo dos anos.” Confira os principais trechos dessa conversa:

A senhora  acredita que o tema envelhecimento tem sido discutido da forma que deveria no Brasil?

Não. Estamos aquém do que deveríamos falar e aprender. O tema tem um impacto social e econômico decisivo para o país.

O que poderia ser feito para começarmos já esse debate?

Há políticas públicas bem desenhadas que devem ser implementadas. Mas, precisamos discutir mais, ensinar sobre o envelhecimento desde a escola infantil. Educar para envelhecer.

A longevidade deveria ser algo a se comemorar, mas acaba se tornando um problema. A senhora não acha que o a velocidade do envelhecimento populacional  criará um quadro de caos social?

Sim, se nada for feito para lidar com o fenômeno.

Como a senhora vê o envelhecimento brasileiro contextualizado em um país que não consegue resolver problemas básicos de educação e saúde?

Um problema socioeconômico de grande impacto.

De maneira geral, a velhice é tida como uma época de desencanto e inatividade, poucos conseguem vivê-la de forma ativa e saudável. O que poderia ser feito para mudarmos essa ideia de que ser velho é estar ‘acabado’ para a vida?

Praticar atividade física, manter uma alimentação saudável, pensar na saúde desde cedo. Mudar a cultura.

A partir de que idade seria importante começarmos a pensar em uma velhice saudável?

Desde a infância e, principalmente, após os 30 anos.

Como mostrar aos jovens que não será jovem para sempre?

Basta entender que a tecnologia e a ciência trouxeram muita longevidade e que vivemos um momento em que a vida é prolongada pela tecnologia. Precisamos nos preparar.

Sobre a necessidade de ter atenção com a população que já atingiu a senioridade, o que poderia ser feito para melhorar a qualidade de vida desta faixa etária?

Promover a prevenção, como o controle da dislipidemia (aumento dos níveis de gordura no sangue) e do diabetes e adotar práticas como a vacinação.

A senhora disse que o médico geriatra tem uma visão muito importante sobre todo o processo de envelhecimento,  mas há outros profissionais envolvidos nesse trabalho de prevenção e educação. A geriatria é uma área da medicina que atrai estudantes ou falta profissional no Brasil?

Ainda somos carentes. Com o grande aumento da população idosa, não conseguimos suprir o mercado e não há uma grande procura por esta especialidade.

Maisa Kairalla/Divulgação

Maisa Kairalla/Divulgação

*O Casa de Mãe é parceiro do Portal Plena.

É preciso compaixão para conviver com o diferente

É muito fácil se compadecer de quem está longe, mandar dinheiro para uma criança com fome na África ou sofrer por um animal judiado na internet. Agora, será que o nosso próximo não está mais próximo do que a gente pensa? Por que é tão complicado tolerar ideias antagônicas?

Novembro está aí e o que fizemos de 2018? Melhor do que a lista de ano novo, é o balanço do que realmente foi concretizado [sim, eu sofro de ansiedade e o restinho de tempo que sobra até as confraternizações passa voando]. Sempre prometemos ser mais bonzinhos e equilibrados.  Ah, e praticar atividade física. Mas em que, de fato, temos contribuído para o mundo?

Eu tenho pensado bastante nisso porque é muito fácil ter compaixão de quem está longe, mandar dinheiro para uma criança com fome na África, ou mesmo sofrer por um animal judiado na internet. Agora, será que o nosso próximo não está mais próximo do que a gente pensa?

Nossa família, nossos amigos, nossos pais que envelhecem e começam a exigir uma paciência que precisa ser aprendida. Mesmo aqueles estranhos que cruzam nosso caminho.

O quão tolerante somos  para conviver com aqueles que pensam diferente de nós? Compreender o estado emocional de outra pessoa e relevar as ideias que consideramos estapafúrdias é um movimento que requer vontade de se reformar intimamente e tempo.

Só a experiência te dá capacidade de abrir seu melhor sorriso amarelo e fingir que concorda com algo que na verdade discorda completamente. Claro que é muito fácil exercitar a verborragia nas redes sociais, protegido pela tela de um eletroeletrônico. Será que já não é hora de parar de dispender tanta energia à toa?

As eleições deixaram um saldo um tanto quanto negativo diante da polarização nas urnas e deram um bom exemplo do nosso mau comportamento. Mas nem só de política, futebol ou religião se nutrem os desentendimentos.

Então, que tal começar a lista para 2019 com coisas como perdão, simpatia, sinergia, empatia, serenidade e humildade. Que a sua opinião seja dada de forma divertida e gentil, com prudência! É o meu desejo de ano novo.

Afinal, para quem gosta de sair do comodismo, e ter crescimento pessoal, conviver e lidar com pessoas diferentes pode ser um excelente aprendizado. Do meu lado, só posso dizer que esse primeiro ano passado aqui pertinho dos meus pais tem sido um exercício e tanto.

Logo eu que tinha a pretensão de mudar a vida deles para melhor! Não foi bem assim. Quem está mudando a minha são eles. Os nossos diversos embates serviram para mostrar que eles estavam felizes do jeito que estavam. E tive de apoiar, embora não entendesse nada de compaixão até então.

Quando falo em compaixão, não me refiro a sentir pena. É antes de tudo um sentimento que se diferencia porque leva à ação. Então, quando alguém se compadece por um indivíduo está mostrando respeito pela sua dor e tomando alguma atitude para amenizar a angústia que ele sente. É disso que se trata.

E, assim como diversos outros tipos de comportamentos, a compaixão pode ser treinada e desenvolvida. Eu comecei a praticá-la na convivência com os meus idosos. E, sinceramente, acredito que aprender a tolerar as diferenças com classe é um ótimo item para incluir na listinha de ano novo de todos os brasileiros.

Longev Week: acesso fácil a conteúdo popular

Um evento democrático sobre Saúde, voltado para a população leiga e não somente para profissionais. É assim que define a Longev Week, seu criador  Edgar Werblowsky, para quem conhecimento é poder: “O conhecimento é a chave de tudo”.

E o acesso à informação que possa garantir saúde, autonomia e independência é a base para o planejamento da vida para a longevidade. “Conhecer o nosso corpo é essencial. Com o transcorrer dos anos ficamos mais vulneráveis às doenças. Ter consciência do que podemos fazer para evitá-las, adiá-las ou tratá-las é um dos objetivos da Longev”, diz Werblowsky.

A Longev Week está marcado para 8 a 14 de dezembro, no teatro da Faculdade de Medicinada Universidade de São Paulo (USP). As inscrições são gratuitas, pelo site, e o participante escolhe até 3 palestras e 3 atividades.

Durante a semana de promoção da saúde e da prevenção de doenças para a longevidade ocorrerão 49 palestras temáticas e 49 atividades de bem-estar. Entre os temas estão o Alzheimer, o Parkinson, as doenças do coração, a diabetes, a depressão e as possibilidades e alternativas para combatê-la, entre dezenas de outros.

Entre os palestrantes estarão a psiquiatra especializada em sexo, Carmita Abdo; o médico especialista em sono, Geraldo Lorenzi Filho; a oncogeriatra Marina Sahade; o médico geriatra especializado em musicoterapia, Thiago Mônaco; e a especialista em aromacologia, Sonia Corazza; entre muitos outros.

Paralelamente às palestras acontecerão atividades que estimulam hábitos saudáveis, como, por exemplo, a dança circular, a cargo de Vaneri de Oliveira; a pintura em aquarela, com a terapeuta artística Mary Porto; o canto, com a maestrina Sonia Marx, entre outras.

SERVIÇOS

Inscrições: http://twixar.me/5Tb3

Quando: 8 a 14 de dezembro

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Desconstruindo o colágeno

A busca para manter uma aparência jovem leva cada vez mais pessoas a consumirem colágeno como se fosse o elixir mágico da beleza. E, de fato, ele tem sua importância. Mas será que é usado da maneira correta? E qual é sua parcela de culpa no processo de envelhecimento?

Não existe receita pronta e generalizada na prescrição nutricional para repor todas as perdas que ocorrem com o passar dos anos. Um programa alimentar e a suplementação precisam ser individualizados e reavaliados regularmente, de acordo com o estilo de vida de cada um. Mas a busca para manter uma aparência jovem leva cada vez mais pessoas a consumirem colágeno como se fosse o elixir mágico da beleza.

De fato, o colágeno é de extrema importância para a saúde ao garantir força e mobilidade para diferentes partes do corpo. “Trata-se de um composto de proteínas presente na estrutura humana, mas que deixa de ser produzido gradativamente com o passar dos anos”, explica a dermatologista Adriana Caldas, professora da Faculdade de Medicina Estadual de São José do Rio Preto.

Sua produção é realizada por células chamadas fibroblastos e sua  principal função é dar suporte e sustentar a estrutura da pele, prevenindo a flacidez e o aparecimento de rugas. “Além de deixar a pele mais firme e bonita, o colágeno também é importante para a função de sustentação das células, atua na cicatrização e contribui para a integridade e o funcionamento normal dos ossos, músculos e cartilagens”, completa a nutricionista Adriana Lima, da Clínica Fares.

De repente 30

Mas a derrocada começa cedo:  a partir dos 30 anos a produção pelo organismo cai, em media, 1% ao ano. E depois dos 50 anos a perda é mais acelerada, principalmente nas mulheres.

O médico Jardis Volpe, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que é possível identificar que o processo começou porque o contorno do rosto muda. As rugas aparecem e as bochechas e pálpebras parecem cair.

Não à toa, produtos com colágeno já abarrotam as gôndolas dos supermercados. Há opção para todos os gostos e bolsos: balas, capsulas e bebidas prometem rejuvenescer, hidratar, purificar e até aliviar o estresse. Só que funcionam em pouquíssimos casos.

“Na maioria das vezes não há uma dosagem suficiente para fazer com que você rejuvenesça, principalmente para aqueles pacientes com idade mais avançada”, afirma o dermatologista.

Alimentação é coadjuvante

Tanto Adriana quanto Jardis destacam que para que o colágeno seja bem aproveitado, é preciso  associá-lo com uma alimentação balanceada porque o organismo precisa de outros nutrientes para que o efeito seja eficiente.

“É necessária a participação de zinco, cromo, silício, selênio, cobre, das vitaminas A , E e C além de vitaminas do complexo B, como a piridoxina, a biotina e o ácido pantotênico”, explica a dermatologista. E, em cada pessoa, essa necessidade é diferente.

É possível ainda encontrar colágeno em alimentos de origem animal como carnes e gelatinas. O que ainda não está comprovado é se ele pode ser absorvido apenas pelo seu consumo.

Principais tipos e suas funções

Existem pelo menos 16 tipos de  colágenos, mas o tipo I e tipo II são os mais utilizados nas reposições.

O colágeno tipo I representa 90% do total do nosso corpo. Ele fornece estrutura para a pele, ossos, tendões, cartilagem fibrosa, tecido conjuntivo e dentes. Recomenda-se o uso de 10g por dia junto com as refeições e com um alimento rico em  vitamina C

O tipo II é feito de fibras frouxamente empacotadas e é encontrado na cartilagem elástica, que servem de “almofadas” para as articulações. É indicado para doenças como osteoartrite de origem autoimune e artrite reumatoide. Recomenda-se 40 mg por dia em jejum .

Sobrevivência da aposentadoria pede remédio amargo

Os sistemas de seguridade econômica não nasceram como os conhecemos hoje e precisam continuar se transformando para garantir sua longevidade. Conheça a história da aposentadoria para saber por que uma reforma previdenciária é vital. E veja quem tem direito de pedir revisão do benefício.

Os sistemas de seguridade econômica precisam continuar evoluindo. No decorrer do tempo, ganharam abrangência e benefícios, como conta a socióloga Inês Trost, ao Portal Plena *, numa breve história da aposentadoria.

É preciso entender esse histórico, para acompanhar as necessidades de mudanças nas leis atuais, em virtude de problemas relacionados ao déficit da Previdência Social. Um rombo que beira os R$ 270 bilhões e têm levado os vários governos do País a criarem novas regras, em busca de maior equilíbrio para as contas públicas.

Mas você sabia que essas constantes alterações das leis também dão aos cidadãos o direito de revisarem suas aposentadorias? Conforme a advogada Tonia Galleti, professora e coordenadora do Departamento Jurídico do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical, a cada 10 concessões verifica-se entre 7 e 8 com erros. E isso está ligado a vários fatores, que vão desde má-fé até incompetência de quem presta o serviço.

O começo de tudo

No passado, os recursos que as pessoas tinham para proporcionar-lhes sustento em qualquer fase da vida eram patrimônio, trabalho, família e caridade. Sem essas opções, em casos de vulnerabilidade – como velhice, invalidez, deficiência, viuvez, orfandade, entre outros –, poucas eram as chances de sobrevivência.

Este quadro começou a mudar nos últimos 150 anos com a criação de sistemas públicos de seguridade econômica que funcionam como um seguro. Ou seja, cada indivíduo faz contribuições para um fundo e assim adquire o direito de receber um ou mais benefícios quando preencher certos pré-requisitos.

Lá atrás, na Idade Média, existiam nas cidades da Europa as Corporações de Ofício, ou guildas. Elas reuniam artesãos da mesma profissão, como ferreiros, tecelões e padeiros, entre outros, com propósitos, acima de tudo, econômicos. E também reservavam uma pequena parte de seus fundos para amparar os inválidos, viúvas e órfãos entre seus associados.

Já na Inglaterra medieval eram as paróquias as responsáveis por assistir os inválidos e órfãos com recursos pagos pelos donos de terras ou arrendatários. Também as fraternidades surgiram nesta época a partir das guildas.

Com o advento da Revolução Industrial os movimentos de trabalhadores ganharam força, sobretudo, para melhorar as péssimas condições de trabalho. Mas também para assegurar alguma renda aos casos de extrema necessidade gerados por invalidez ou  morte do chefe da família. Nos Estados Unidos foi a Guerra Civil (1861-65) que deu origem ao primeiro programa de assistência a mutilados, viúvas e órfãos de guerra.

Privilégio para poucos no século XIX

O direito à aposentadoria e a uma renda decorrente dela começou a tomar forma na segunda metade do século XIX, e se aplicava somente a algumas categorias profissionais privilegiadas. Na Alemanha, o primeiro sistema de aposentadoria, instituído na Baviera, é de 1805, e foi criado para atender funcionários públicos.

Algumas grandes empresas também ofereciam renda a seus trabalhadores, mas a aposentadoria continuava inacessível à maior parte da população. Somente em 1889 o chanceler Von Bismarck decretou um sistema mais abrangente de seguridade econômica e social que, porém, só beneficiava aqueles de baixa renda e a partir dos 70 anos (idade que na época poucos atingiam).

No Brasil, a primeira iniciativa para se criar uma aposentadoria com renda vitalícia data de 1888, quando foi regulamentado o direito para empregados dos Correios. Contudo, somente a partir de 1923, com a aprovação da Lei Eloy Chaves, o País adquiriu um marco jurídico para a atuação do sistema previdenciário, que na época era composto pelas Caixas de Aposentadorias e Pensões – CAPs.

A Lei Eloy Chaves tratava especificamente das CAPs das empresas ferroviárias, pois seus sindicatos eram bem mais organizados e possuíam maior poder de pressão política. O objetivo inicial era o de apoiar esses trabalhadores durante o período de inatividade.

Essa situação sofreu alterações ao longo da década de 1930, quando Getúlio Vargas assumiu o poder. Ele reformulou o sistema e criaram-se Institutos de Aposentadoria para diversas categorias profissionais (ferroviários, bancários, comerciários), que somente em 1964 foram unificados no INPS – Instituto Nacional de Previdência Social – abrangendo trabalhadores rurais e urbanos.

INSS é insustentável em longo prazo

Foi em 1990 que o INPS se transformou no atual INSS  – Instituto Nacional do Seguro Social –, durante a gestão do então presidente Fernando Collor de Melo. O INSS funciona como uma organização pública prestadora de serviços previdenciários para a sociedade brasileira. E, como tantas outras entidades governamentais, enfrenta problemas. Inúmeros são os motivos que decretarão sua falência em longo prazo.  E não vamos entrar neles desta vez.

Mas todo esforço para driblar tais problemas tem resultado em constantes mudanças das leis por parte dos mais variados governos. Um cenário que garante aos cidadãos o direito de revisarem suas aposentadorias. “Qualquer pessoa pode requerer a análise do processo por um especialista em Direito Previdenciário”, diz Tonia Galleti.

Ela destaca que ao menos metade dos 200 mil associados do Sindicato Nacional dos Aposentados já passou por revisão, sendo que em 80% foram detectados erros, muitos deles banais e até inexpressivos, como um índice lançado errado num curto período. “Às vezes, a correção pode mudar o valor de cálculo em R$ 50, R$ 80, o que pode parecer pouco, mas é um dinheiro que faz toda diferença para os beneficiários”.

Legislação complicada atrapalha

A maioria dos casos é detectada apenas por especialistas devido à tecnicidade do assunto, sendo possível passar despercebidos até mesmo pela própria equipe do INSS. “Falta mão de obra qualificada, mas também existem casos de dolo”, alerta Tonia.

Um exemplo: em duas ocasiões – dezembro de 1998 e janeiro de 2004 – o governo federal elevou o teto do INSS, por meio de emenda constitucional, sem que esses valores fossem incorporados às aposentadorias e pensões de quem já recebia o benefício. Em setembro de 2010, julgando um recurso extraordinário, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o novo teto deveria ser adotado para todos os aposentados e pensionistas. Mas foi preciso ajuizar ação civil pública para a conquista.

O INSS, por meio de sua assessoria de imprensa, não confirma as estatísticas do sindicato e informa que no mês de setembro deste ano, concedeu 437.925 benefícios e teve 6.848 requerimentos de revisão.  “Ou seja, a proporcionalidade entre pedidos de revisão e benefícios concedidos é de 1,56%%, conforme dados apurados em 19 de outubro”.

Caminhos para o futuro

Apesar da proposta do governo Temer não ter decolado mais por questões políticas do que sociais, é essencial entender que quaisquer reformas nas regras previdenciárias, devem ser realizadas de forma planejada e após um amplo debate social, econômico e político. Principalmente numa época de crise institucional como a que atravessa o País.

A elevação da idade mínima para a aposentadoria é uma medida talvez necessária do ponto de vista atuarial. “É preciso levar em conta que o brasileiro está vivendo mais”, escreve o advogado Murilo Aith, especialista em Direito Previdenciário e sócio do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados.

Ao mesmo tempo é uma medida complicada socialmente, pois a maior parte da população economicamente ativa não consegue permanecer no mercado de trabalho até os 65 anos. Isso porque tem dificuldade de manter um emprego formal, manter as contribuições ao INSS e o nível salarial.

Nesse sentido, existe um projeto de lei que cria o Regime Especial para o Trabalhador Aposentado (Reta),  que visa facilitar a contratação de idosos com mais de 60 anos. A ideia é permitir a contratação de aposentados por hora, sem o custo de pagar a Previdência Social, o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e outros encargos, e sem vínculo empregatício. A estimativa é que 1,8 milhão de idosos entrem no mercado de trabalho nos próximos dez anos.

Aith destaca ainda que temos uma desigualdade social que requer cautela. Numa mesma cidade, como São Paulo, a expectativa de vida é de 55 anos na periferia e nos bairros de classe média alta essa expectativa pode chegar a 80 anos. Por isso é tão importante  analisar e questionar os candidatos para saber quais são suas ideias e propostas para a Previdência Social no País.

Fenômeno global

É preciso observar também que o fenômeno do envelhecimento da população não é algo pontual, que só exige mudanças no sistema brasileiro. A falta de sustentabilidade atropela países como o Chile, que não tem previdência pública.

Apontada como modelo pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a privatização da Previdência Social chilena, promovida pelo general Augusto Pinochet na década de 1980, continua vigente e cobrando um preço cada vez mais elevado. Mas o colapso do sistema tem ganhado maior visibilidade nos últimos dias à medida que o arrocho no valor das pensões e aposentadorias se reflete no aumento do número de suicídios.

Conforme o Centro de Estudos de Velhice e Envelhecimento são índices mórbidos, que crescem ano e ano, e refletem a “mais alta taxa de homicídios da América Latina”.  Leia aqui.

Como pedir revisão de aposentadoria?

  1. O primeiro passo é estudar o caso e descobrir se você tem direito a algum tipo de revisão: coletiva ou individual. Não é necessário esperar nem um dia se houver dúvidas. Há um prazo de 10 anos para contestar.
  2. O segundo passo é, em posse da carta de concessão da aposentadoria, memória de cálculo, ou relação de contribuição (todas podem ser obtidas na Previdência Social), entrar com uma ação judicial no INSS no Juizado Especial Federal ou Vara Previdenciária, e esperar.
  3. O terceiro passo, em alguns casos, é recorrer, se seu pedido de revisão não for concedido. Muitos pedidos podem ser negados em primeira instância, tornando necessário que a pessoa recorra para a segunda instância, ou até instâncias superiores.

*O Portal Plena é parceiro do Casa de Mãe.

Leia também Depressão é a principal causa de suicídio entre idosos.