Sobre recomeços e afins

Recria tua vida, sempre, sempre.

Remove pedras e planta roseiras e faz doces.

Recomeça.

Queria começar assim este 2019. Com algo inspirador como o palavreado de Cora Coralina. Confesso que não é fácil diante das circunstâncias atuais a que todos nós, independentemente da idade, estamos submetidos.

Mas o universo também pode conspirar a favor e, de vez em quando, recebemos de braços abertos aqueles pequenos sinais que nos enchem de esperança…

Coisinhas miúdas, que passam despercebidas diante da avalanche de afazeres na volta à rotina.

Faz dias que tenho pensado num tema para abrir essa Casa neste novo ano. Muitos assuntos vêm à cabeça, é claro. Aliás, tenho levantado de madrugada para anotar os pensamentos porque de manhã eles se foram.

Graças a Deus os pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro comprovaram que a Irisina, o hormônio do exercício, realmente protege contra o Alzheimer. Mas porque eu estava falando disso mesmo?

Brincadeira à parte, esse é um assunto extremamente importante. Embora eu tenha deixado para depois, vale sim uma apuração mais precisa.

Outra notícia inspiradora é a abertura das inscrições para as oficinas da Universidade Aberta da Terceira Idade da Universidade de São Paulo. Todo semestre tem um monte de curso bacana por lá. Já viram?

Novidade ainda é o começo da minha colaboração para Dominique.  Um projeto bárbaro para mulheres de 50 plenas e inspiradoras, que mostram na prática o poder da maturidade.

No fim das contas, e além das preocupações corriqueiras, temos aí um ano inteirinho para dividir as nossas angústias, debater novidades e buscar as soluções. Mas o tempo corre tão rápido, não é mesmo! Quando menos se espera, cá estamos pensando no recesso de final de ano outra vez.

E não é que já se passaram 365 dias do meu recomeço como cuidadora de pais e da minha mudança, de volta para a Casa de Mãe, o embrião desse canal…

Muita coisa rolou, mas estar aqui dividindo tudo com vocês é uma das melhores partes. Me ajuda muito a superar as dificuldades. Por isso, nada como um pequeno balanço das coisas que ficaram para trás e das coisas que gostaria de priorizar na lista de ano novo.

Depois de abandonar a minha vida em São Paulo, que sempre foi meu porto seguro, tive de aprender a deixar pra trás a cobrança em ser perfeita em todas as  áreas. Não se pode ter tudo. Não numa única existência!

Acho que o lance é rir mais de si e levar as mudanças com mais leveza. Na boa, aflições vão e vêm.

A vida não pode ser traçada numa planilha e as resoluções consideradas metas que precisam ser batidas.  É preciso reconhecer que a gente é o que é: seres imperfeitos, que mudam sim de opinião. Sem carregar culpa.

Às vezes a gente se transforma aos pouquinhos. Devagar mesmo! E sou dessas que gosta de comemorar cada pequena mudança, cada pequena conquista. Afinal, creio que viemos a este mundo para evoluir.

É por isso que não vejo problemas em repetir algumas resoluções todo ano. Sou brasileira e não desisto nunca! No final todo mundo quer é a mesma coisa: ser feliz…

Então veja minha listinha, seus níveis de dificuldades e inspire-se. E não se cobre tanto! Se não der pra fazer tudo logo logo 2020 pinta por aí!  Com um monte de novos desafios para fazer a gente crescer mais um tantinho.

1.     Perder peso. SEMPRE

2.     Comer, beber ou aprender algo novo. FÁCIL

3.     Guardar dinheiro. NUNCA SAI DA LISTA

4.    Ser feliz mesmo sem guardar dinheiro MUITO POSSÍVEL

5.     Definir uma meta atlética acessível como uma meia-maratona internacional ou aprender a nadar no mar. DESAFIADOR

6.    Apaixonar-me. DIFÍCIL, MAS NÃO IMPOSSÍVEL

7.     Ler mais. FÁCIL

8.    Beber menos. MUITO DIFÍCIL

9.    Ter mais paciência com as pessoas, principalmente com meus pais. SERÁ QUE UM DIA CONSIGO?

10. E, finalmente, não se levar muito a sério e recomeçar ( E RECOMEÇAR) quantas vezes forem necessárias!!!!

Os 25 melhores filmes sobre a velhice

Cinéfila desde sempre, acho que o cinema, assim como a literatura, ajudou a moldar o que sou. Desde que pesquisei os livros que tratam do processo de envelhecer, tenho pensado nos filmes… Mas achei essa seleção maravilhosa, muito melhor do que eu imaginava fazer. Então, decidi compartilhar. É assim que o baile segue, não é mesmo? Na colaboração. Não assisti vários dos indicados aqui e agradeço o #PalavrasDeCinema pela lista! Há quem critique, mas sem uma pauta, um guia que seja, não sou capaz de cumprir as tarefas do dia. Quem também ama listas? #LoveLists

Da comédia ao drama profundo, a velhice nem sempre tem sido tratada com constância no cinema. É comum atores com idade avançada ocuparem personagens coadjuvantes e com dramas que passam longe do seio da história. Às vezes são mordomos, feiticeiras ou, em muitos casos, guias espirituais ao herói jovem e galã.

Os mais velhos, quando no centro, deram luz a grandes jornadas, com ensinamentos aos mais jovens, com aprendizado adquirido com o mundo bruto – como se vê nas obras-primas Morangos Silvestres e Viver. Alguns filmes não são fáceis: levam a pensar na morte, momento em que se pode deixar uma marca ou apenas aceitar o fim.

Os filmes abaixo deixam marcas com personagens maldosas, bem humoradas, muitas vezes como crianças desamparadas, perdidas entre os sinais da juventude. A velhice, no cinema, deixa motivos para comemorar – pelo menos do ponto de vista cinematográfico. É o que se constata em 25 filmes incríveis.

25) Nebraska, de Alexander Payne

nebraska

24) O Último Pistoleiro, de Don Siegel

o último pistoleiro

23) Ensina-me a Viver, de Hal Ashby

ensina-me a viver

22) Uma História Real, de David Lynch

história real

21) Up: Altas Aventuras, de Pete Docter e Bob Peterson

up

20) Uma Dupla Desajustada, de Herbert Ross

uma dupla desajustada

19) E se Vivêssemos Todos Juntos?, de Stéphane Robelin

e se vivêssemos todos juntos

18) Harry, o Amigo de Tonto, de Paul Mazursky

harry o amigo de tonto

17) Vou para Casa, de Manoel de Oliveira

vou para casa

16) A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino

a grande beleza

15) O Regresso para Bountiful, de Peter Masterson

O Regresso para Bountiful

14) Baleias de Agosto, de Lindsay Anderson

baleias de agosto2

13) Adeus, Mr. Chips, de Sam Wood

adeus mr chips

12) Hanami – Cerejeiras em Flor, de Doris Dörrie

hanami

11) O Carrinho, de Marco Ferreri

o carrinho1

10) A Morte do Sr. Lazarescu, de Cristi Puiu

a morte do senhor lazarescu

9) Amor, de Michael Haneke

amor

8) Poesia, de Lee Chang-dong

poesia

7) Morangos Silvestres, de Ingmar Bergman

morangos silvestres

6) A Última Gargalhada, de F.W. Murnau

a última gargalhada

5) O Amor, de Károly Makk

o amor

4) Umberto D., de Vittorio De Sica

umberto d

3) Viver, de Akira Kurosawa

viver

2) A Cruz dos Anos, de Leo McCarey

a cruz dos anos

1) Era Uma Vez em Tóquio, de Yasujiro Ozu

contos de tóquio

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