Corrida é um baita antídoto contra o ageismo

Conheci o Marião ( como gosta de ser chamado o cara aí da foto), já com mais de 60 anos, na assessoria esportiva Enjoy Running, onde treinei por muito tempo. Foi ali, no Parque do Ibirapuera, que acompanhei sua evolução, saindo do sedentarismo até se tornar maratonista. Sim, 42.195 KMs feitos com uma alegria contagiante. Vou convidá-lo para escrever um depoimento aqui para o Casa de Mãe. Acho sua caminhada algo inspirador.

Claro que ele não é o único a superar limites numa fase da vida até pouco tempo considerada avançada demais para alçar novos voos. Citei o percurso do Mario porque corremos juntos, de igual pra igual, independentemente da idade. E comigo correram outras tantas pessoas mais jovens e com capacidade física completamente diferentes. Mas a corrida, democrática que é, nos uniu. E nos tornamos um grupo de apoio, carinhosamente batizado de Família Enjoy.

Qualquer um de nós que já ultrapassou a barreira dos “enta” sabe que tem muito a ganhar com essa atividade física frente ao envelhecimento. Só precisa se tornar um hábito para que a gente possa promover a saúde e prevenir doenças. Não adianta ser corredor de fim de semana, não!

Agora, está comprovado que correr regularmente ajuda a melhorar o funcionamento do sistema cardiovascular, o que evita doenças como infarto e AVC. Achou pouco? Ao aumentar o condicionamento físico, a corrida fortalece os músculos e os ossos, prevenindo a sarcopenia e a osteoporose, além de auxiliar no controle do colesterol. Todas aquelas coisas que, vamos combinar, a gente sabe que vão aparecer com o tempo.

Mas o melhor de tudo eu ainda não contei! Ela inunda o nosso organismo com endorfina, hormônio que causa sensação de bem-estar. Tem droga melhor?

Li, ainda, que alguns cientistas juram que correr regularmente reduz mudanças na estrutura cerebral relacionadas ao envelhecimento e pode até levar ao surgimento de novos neurônios. Só isso já seria o suficiente pra animar a gente a dar a largada para abraçar esse novo hábito.

Mas antes de dar o primeiro passo é preciso alguns cuidados básicos. Se você nunca correu, comece com um teste ergométrico – aquela avaliação cardiológica para identificar como o organismo reage ao exercício.  E isso não é tudo. Depois de certa idade, é preciso seguir algumas regras para praticar atividade física com segurança.

Veja quais são:

  • Faça check-ups médicos regularmente (a cada seis meses ou um ano).
  • Busque orientação de um profissional de educação física para realizar os treinos. As assessorias de corrida hoje são bem acessíveis e permitem a formação de grupos.
  • Prefira sempre correr acompanhado. Além de ajudar a construir novas amizades, isso é bom para sua segurança.
  • Mantenha uma alimentação equilibrada e adequada para as necessidades do seu organismo. Por isso, é importante se consultar com um nutricionista.
  • Respeite os limites do corpo. A qualquer sinal de dor, tontura ou mal-estar, pare. Procure um médico.
  • Beba água ao longo do dia e também durante o treino, para ficar bem hidratado.
  • Procure correr em percursos que não possuem muitos obstáculos, como buracos, degraus e pedras. É bom prevenir tombos.
  • Evite fazer atividades físicas nas horas mais quentes do dia, entre 10h e 18h.
  • Inclua no seu treino exercícios que contribuam para o ganho de força e equilíbrio, como musculação ou pilates.
  • Escolha o tênis adequado, de acordo com seu tipo de pisada: neutra, pronada ou supinada. Prefira modelos com solado macio para absorver o impacto e, assim, evitar lesões nas articulações, principalmente no joelho.
  • A melhor maneira de se certificar de sua pisada é procurar um médico ortopedista, de preferência especializado em tornozelo e pé. Caso alguma doença seja diagnosticada, é necessário fazer testes com um fisioterapeuta especializado em baropodometria, que é a análise de marcha.
  • Outra dica valiosa é não usar tênis apertado e nem folgado demais. Quando experimentar, verifique se que existe uma folga de cerca de 1,5 cm entre o dedo grande e a ponta do calçado.22
  • E nada de estrear tênis na primeira corrida, hein!

Texto originalmente publicado em Dominique.

Os 25 melhores filmes sobre a velhice

Cinéfila desde sempre, acho que o cinema, assim como a literatura, ajudou a moldar o que sou. Desde que pesquisei os livros que tratam do processo de envelhecer, tenho pensado nos filmes… Mas achei essa seleção maravilhosa, muito melhor do que eu imaginava fazer. Então, decidi compartilhar. É assim que o baile segue, não é mesmo? Na colaboração. Não assisti vários dos indicados aqui e agradeço o #PalavrasDeCinema pela lista! Há quem critique, mas sem uma pauta, um guia que seja, não sou capaz de cumprir as tarefas do dia. Quem também ama listas? #LoveLists

Da comédia ao drama profundo, a velhice nem sempre tem sido tratada com constância no cinema. É comum atores com idade avançada ocuparem personagens coadjuvantes e com dramas que passam longe do seio da história. Às vezes são mordomos, feiticeiras ou, em muitos casos, guias espirituais ao herói jovem e galã.

Os mais velhos, quando no centro, deram luz a grandes jornadas, com ensinamentos aos mais jovens, com aprendizado adquirido com o mundo bruto – como se vê nas obras-primas Morangos Silvestres e Viver. Alguns filmes não são fáceis: levam a pensar na morte, momento em que se pode deixar uma marca ou apenas aceitar o fim.

Os filmes abaixo deixam marcas com personagens maldosas, bem humoradas, muitas vezes como crianças desamparadas, perdidas entre os sinais da juventude. A velhice, no cinema, deixa motivos para comemorar – pelo menos do ponto de vista cinematográfico. É o que se constata em 25 filmes incríveis.

25) Nebraska, de Alexander Payne

nebraska

24) O Último Pistoleiro, de Don Siegel

o último pistoleiro

23) Ensina-me a Viver, de Hal Ashby

ensina-me a viver

22) Uma História Real, de David Lynch

história real

21) Up: Altas Aventuras, de Pete Docter e Bob Peterson

up

20) Uma Dupla Desajustada, de Herbert Ross

uma dupla desajustada

19) E se Vivêssemos Todos Juntos?, de Stéphane Robelin

e se vivêssemos todos juntos

18) Harry, o Amigo de Tonto, de Paul Mazursky

harry o amigo de tonto

17) Vou para Casa, de Manoel de Oliveira

vou para casa

16) A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino

a grande beleza

15) O Regresso para Bountiful, de Peter Masterson

O Regresso para Bountiful

14) Baleias de Agosto, de Lindsay Anderson

baleias de agosto2

13) Adeus, Mr. Chips, de Sam Wood

adeus mr chips

12) Hanami – Cerejeiras em Flor, de Doris Dörrie

hanami

11) O Carrinho, de Marco Ferreri

o carrinho1

10) A Morte do Sr. Lazarescu, de Cristi Puiu

a morte do senhor lazarescu

9) Amor, de Michael Haneke

amor

8) Poesia, de Lee Chang-dong

poesia

7) Morangos Silvestres, de Ingmar Bergman

morangos silvestres

6) A Última Gargalhada, de F.W. Murnau

a última gargalhada

5) O Amor, de Károly Makk

o amor

4) Umberto D., de Vittorio De Sica

umberto d

3) Viver, de Akira Kurosawa

viver

2) A Cruz dos Anos, de Leo McCarey

a cruz dos anos

1) Era Uma Vez em Tóquio, de Yasujiro Ozu

contos de tóquio

Compartilhado do Palavras de Cinema.

Cuidar de idoso pode se tornar carga pesada demais

O cuidador familiar costuma abrir mão de sua qualidade de vida para atender às necessidades do outro. Fórmula certa para gerar estresse intenso, exaustão e até problemas de saúde mais graves. Se, como eu, precisa lidar com essa rotina e se sente despreparado, esse texto é para você!

Antes havia muito mais filhos e a expectativa de vida era bem menor, mesmo assim, geralmente, sempre sobrava para um só cuidar dos idosos da família. Tenho exemplo dentro desta Casa.

Com 12 irmãos, os cuidados diários da minha avó Isabel ficaram por conta da tia Isaura. Vovó morou com ela até seus últimos dias porque as mulheres eram preferidas, visto estarem mais comprometidas com os afazeres domésticos e não terem a obrigação de prover a família para atendimento de despesas.

Com as mudanças sociais decorrentes do aumento da força de trabalho feminina, assim como a queda da natalidade e o aumento da longevidade, houve menor disponibilidade de jovens dispostos a adiar projetos pessoais e a postergar objetivos profissionais para atender às exigências da situação.  Quem explica o cenário é a pesquisadora Maria Luisa Trindade Bestetti, professora do curso de Gerontologia da Universidade de São Paulo.

Outro exemplo que pode ser ilustrado pela Casa: embora tenha convivido com 12 irmãos, meu pai me criou sozinha.  E – como filha única – não sinto que venha desempenhando bem o meu papel de cuidadora.

Mas faço o que posso. Mudei-me para o interior e estou perto deles.  Algo só possível graças à tecnologia. A internet me permite trabalhar em home office e controlar pai e mãe por celular no dia a dia.

Mas mesmo tendo irmãos, tenho algumas amigas que enfrentam as mesmas dificuldades que eu porque os “meninos” moram no exterior ou não tiveram como se adaptar a essa nova realidade por motivos vários como financeiros ou profissionais. Dados do National Center on Caregiving (Centro Nacional de Cuidadores) mostram que em 66% dos casos ainda são as mulheres que assumem esse papel.

Há ainda outro ponto que é o custo imobiliário que condiciona a gente a viver em espaços cada vez menores e leva muitos a optarem pelos residenciais para idosos, os novos e melhorados asilos. Não que isso seja ruim, embora ainda muito criticado. Leia também “Moradia compartilhada melhora qualidade de vida”.

Lembro-me de que um dos atritos de quando me mudei para cá nesse começo de ano foi exatamente esse: apesar de certas dificuldades, meus pais precisam ter privacidade dentro de um cantinho só deles.

Claro que há quem questione as razões para essa decisão.  Mas é preciso refletir se todos estão preparados para cuidar dos pais,porque a corrida por sobrevivência torna o tempo escasso.  

Talvez o motivo mais significativo seja a falta de informação sobre as características da velhice, a ponto de deixar esses cuidadores acovardados diante da perspectiva da dependência, conforme escreve Silvia Helena Americano, no Portal do Envelhecimento*. Ela diz: “Ao envelhecer nos tornamos singulares. É natural da família diante da fragilidade tentar impor necessidades que não são dos nossos pais”.

De fato, ouve-se que os conflitos intergeracionais surgem principalmente quando os hábitos são diferentes, fato recorrente no ambiente doméstico onde o compartilhamento de espaços comuns acaba por provocar a busca pelo consenso, nem sempre fácil de encontrar.Se houver diálogo, pode ser assimilado sem cobranças, mas a certeza de procurar a melhor solução pode comprometer as decisões coletivas”, afirma Maria Luisa, em artigo ao Portal Plena*, parceiro do Casa de Mãe Blog.

O que ela nos mostra é que é preciso entender o tempo do outro e relevar as mágoas para ser capaz de cuidar. Mas por mais que a tarefa seja assumida de bom grado, há muito estresse em cuidar de uma pessoa querida dependente.

É uma carga pesada, que frequentemente leva o cuidador a abrir mão de sua qualidade de vida para atender às necessidades do outro. Fórmula certa para gerar não só estresse intenso, mas exaustão e até problemas de saúde.

Pesquisando sobre o assunto encontrei um excelente material no HuffPost* e tomei a liberdade de compartilhá-lo aqui com alguma edição e os devidos créditos. Assim, destaco alguns pontos que podem ajudar quem, como eu, tem de lidar com essa nova rotina.

Não encare a tarefa sozinho.

Peça ajuda. Se a pessoa que precisa ser cuidada é seu pai ou sua mãe, todos os irmãos precisam ajudar,independentemente de onde vivem ou de sua situação financeira. Quando os irmãos não dividem a carga, surgem ressentimentos entre eles, e as relações de família podem deteriorar rapidamente. Se não tiver irmãos, paciência! Conte com outros membros da família e amigos mais íntimos.

Lembre-se que seu trabalho tem valor.

Somos uma nação de pessoas que associam seu valor ao que ganham monetariamente, e cuidar de idosos com frequência é um trabalho que não é pago. De acordo com um estudo do Instituto de Políticas Públicas da AARP (Associação Americana de Aposentados), em 2009 os serviços de cuidadores foram avaliados em US$450 bilhões por ano. Quanto representa esse valor? É tanto quando as vendas conjuntas das três maiores montadoras de carros dos EUA (Toyota, Ford e Daimler: US$439 bilhões) e quase tanto quanto o PIB de 2009 da Bélgica, a vigésima maior economia do mundo.

Não abandone seu trabalho principal.

Um problema muito concreto enfrentado por cuidadores é que as empresas para as quais eles trabalham podem não ter ideia do que envolve cuidar de idosos. Você precisa de tempo para levar sua mãe ao médico e esperar enquanto ela faz uma ressonância magnética. Você usa o horário do almoço para buscar os remédios dela da farmácia. Durante o dia você precisa fazer ligações para saber como seu pai está indo, para conversar com o médico dele e discutir com o Medicare. Sem um horário de trabalho flexível, alguns profissionais não têm outra escolha senão abrir mão de seu emprego. E ao deixar de trabalhar antes do previsto, você pode estar colocando sua própria aposentadoria em risco.

Ingresse numa rede de apoio – e procure um mentor.

Embora seja ótimo conseguir sair de casa e encontrar seus amigos, nem sempre é o caso de desabafar com eles. O tempo que você passa com eles deveria ser para você se divertir um pouco e pensar em outra coisa. Não é que você não possa fazer confidências ou consultas para saber outra opinião, mas talvez seja melhor deixar para reclamar de seu irmão que não quer ajudar ou do Medicare, que o está deixando maluco, em um grupo de apoio. Quando você tem uma noite de folga, procure usá-la para se divertir. Não leve o estresse de carona. E afinal, sempre tem o Casa de Mãe Blog, criado para compartilhar dilemas e soluções. Sinta-se à vontade para me contar aqui o que você quiser!

Encontre modos de comunicação coletiva.

É claro que todo o mundo quer saber como foi a cirurgia da mamãe e se ela está se recuperando bem. Mas você não tem tempo para fazer um relatório longo ao telefone com cada um da família. Além disso, repetir a mesma história várias vezes é altamente cansativo. Use um site como CaringBridge para comunicar-se com todos ao mesmo tempo. E leia os comentários e os votos de recuperação rápida quando for o melhor momento para você.

Encontre o lado positivo oculto no que você está fazendo.

A Caring.com diz que 75% dos cuidadores informam sentir orgulho por estarem fazendo uma diferença positiva na qualidade de vida de um ente querido. Curta os momentos que você tem na companhia de seu familiar idoso, procure maneiras para incluí-lo em suas rotinas diárias e em encontros com outras pessoas. Crie o maior número possível de memórias.

*Com Portal Plena,  Portal do Envelhecimento e HuffPost.

Seja você a sua fonte da juventude

Sabemos hoje que a fonte para um envelhecimento saudável está em nós mesmos: nos cuidados com o corpo, a mente e a alma. E essa constatação deve ser vista como evolução da sociedade. É o que afirma a médica Maisa Kairalla, coordenadora do Ambulatório de Transição de Cuidados do Serviço de Geriatria e Gerontologia da Unifesp e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo, SBGG.

A fonte da juventude é uma lenda greco-romana que foi apropriada pelo Renascimento Europeu no século 16. Na mitologia, é um rio que saía do Monte Olimpo e passava pela Terra. Como vinha de deuses, seria capaz de dar a imortalidade a quem bebesse de sua água. Sabemos hoje que a fonte para um envelhecimento saudável está em nós mesmos: nos cuidados com o corpo, a mente e a alma. E essa constatação deve ser vista como evolução da sociedade. É o que afirma a médica Maisa Kairalla, coordenadora do Ambulatório de Transição de Cuidados do Serviço de Geriatria e Gerontologia da Unifesp e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo, SBGG.

Em entrevista ao Portal Plena*, ela destaca que envelhecimento e  longevidade são processos que devem ser compreendidos como grandes avanços. A falta de preparo para este momento, porém, cria um sentimento negativo. “É preciso maior educação e conhecimento sobre o tema”, diz a especialista, para quem é preciso se cuidar desde cedo para garantir um amadurecimento saudável e qualidade de vida, com produtividade e independência.  “É preciso mostrar aos jovens que eles não serão jovens para sempre e que a maneira como se leva a vida fará toda diferença ao longo dos anos.” Confira os principais trechos dessa conversa:

A senhora  acredita que o tema envelhecimento tem sido discutido da forma que deveria no Brasil?

Não. Estamos aquém do que deveríamos falar e aprender. O tema tem um impacto social e econômico decisivo para o país.

O que poderia ser feito para começarmos já esse debate?

Há políticas públicas bem desenhadas que devem ser implementadas. Mas, precisamos discutir mais, ensinar sobre o envelhecimento desde a escola infantil. Educar para envelhecer.

A longevidade deveria ser algo a se comemorar, mas acaba se tornando um problema. A senhora não acha que o a velocidade do envelhecimento populacional  criará um quadro de caos social?

Sim, se nada for feito para lidar com o fenômeno.

Como a senhora vê o envelhecimento brasileiro contextualizado em um país que não consegue resolver problemas básicos de educação e saúde?

Um problema socioeconômico de grande impacto.

De maneira geral, a velhice é tida como uma época de desencanto e inatividade, poucos conseguem vivê-la de forma ativa e saudável. O que poderia ser feito para mudarmos essa ideia de que ser velho é estar ‘acabado’ para a vida?

Praticar atividade física, manter uma alimentação saudável, pensar na saúde desde cedo. Mudar a cultura.

A partir de que idade seria importante começarmos a pensar em uma velhice saudável?

Desde a infância e, principalmente, após os 30 anos.

Como mostrar aos jovens que não será jovem para sempre?

Basta entender que a tecnologia e a ciência trouxeram muita longevidade e que vivemos um momento em que a vida é prolongada pela tecnologia. Precisamos nos preparar.

Sobre a necessidade de ter atenção com a população que já atingiu a senioridade, o que poderia ser feito para melhorar a qualidade de vida desta faixa etária?

Promover a prevenção, como o controle da dislipidemia (aumento dos níveis de gordura no sangue) e do diabetes e adotar práticas como a vacinação.

A senhora disse que o médico geriatra tem uma visão muito importante sobre todo o processo de envelhecimento,  mas há outros profissionais envolvidos nesse trabalho de prevenção e educação. A geriatria é uma área da medicina que atrai estudantes ou falta profissional no Brasil?

Ainda somos carentes. Com o grande aumento da população idosa, não conseguimos suprir o mercado e não há uma grande procura por esta especialidade.

Maisa Kairalla/Divulgação

Maisa Kairalla/Divulgação

*O Casa de Mãe é parceiro do Portal Plena.

É preciso compaixão para conviver com o diferente

É muito fácil se compadecer de quem está longe, mandar dinheiro para uma criança com fome na África ou sofrer por um animal judiado na internet. Agora, será que o nosso próximo não está mais próximo do que a gente pensa? Por que é tão complicado tolerar ideias antagônicas?

Novembro está aí e o que fizemos de 2018? Melhor do que a lista de ano novo, é o balanço do que realmente foi concretizado [sim, eu sofro de ansiedade e o restinho de tempo que sobra até as confraternizações passa voando]. Sempre prometemos ser mais bonzinhos e equilibrados.  Ah, e praticar atividade física. Mas em que, de fato, temos contribuído para o mundo?

Eu tenho pensado bastante nisso porque é muito fácil ter compaixão de quem está longe, mandar dinheiro para uma criança com fome na África, ou mesmo sofrer por um animal judiado na internet. Agora, será que o nosso próximo não está mais próximo do que a gente pensa?

Nossa família, nossos amigos, nossos pais que envelhecem e começam a exigir uma paciência que precisa ser aprendida. Mesmo aqueles estranhos que cruzam nosso caminho.

O quão tolerante somos  para conviver com aqueles que pensam diferente de nós? Compreender o estado emocional de outra pessoa e relevar as ideias que consideramos estapafúrdias é um movimento que requer vontade de se reformar intimamente e tempo.

Só a experiência te dá capacidade de abrir seu melhor sorriso amarelo e fingir que concorda com algo que na verdade discorda completamente. Claro que é muito fácil exercitar a verborragia nas redes sociais, protegido pela tela de um eletroeletrônico. Será que já não é hora de parar de dispender tanta energia à toa?

As eleições deixaram um saldo um tanto quanto negativo diante da polarização nas urnas e deram um bom exemplo do nosso mau comportamento. Mas nem só de política, futebol ou religião se nutrem os desentendimentos.

Então, que tal começar a lista para 2019 com coisas como perdão, simpatia, sinergia, empatia, serenidade e humildade. Que a sua opinião seja dada de forma divertida e gentil, com prudência! É o meu desejo de ano novo.

Afinal, para quem gosta de sair do comodismo, e ter crescimento pessoal, conviver e lidar com pessoas diferentes pode ser um excelente aprendizado. Do meu lado, só posso dizer que esse primeiro ano passado aqui pertinho dos meus pais tem sido um exercício e tanto.

Logo eu que tinha a pretensão de mudar a vida deles para melhor! Não foi bem assim. Quem está mudando a minha são eles. Os nossos diversos embates serviram para mostrar que eles estavam felizes do jeito que estavam. E tive de apoiar, embora não entendesse nada de compaixão até então.

Quando falo em compaixão, não me refiro a sentir pena. É antes de tudo um sentimento que se diferencia porque leva à ação. Então, quando alguém se compadece por um indivíduo está mostrando respeito pela sua dor e tomando alguma atitude para amenizar a angústia que ele sente. É disso que se trata.

E, assim como diversos outros tipos de comportamentos, a compaixão pode ser treinada e desenvolvida. Eu comecei a praticá-la na convivência com os meus idosos. E, sinceramente, acredito que aprender a tolerar as diferenças com classe é um ótimo item para incluir na listinha de ano novo de todos os brasileiros.

Longev Week: acesso fácil a conteúdo popular

Um evento democrático sobre Saúde, voltado para a população leiga e não somente para profissionais. É assim que define a Longev Week, seu criador  Edgar Werblowsky, para quem conhecimento é poder: “O conhecimento é a chave de tudo”.

E o acesso à informação que possa garantir saúde, autonomia e independência é a base para o planejamento da vida para a longevidade. “Conhecer o nosso corpo é essencial. Com o transcorrer dos anos ficamos mais vulneráveis às doenças. Ter consciência do que podemos fazer para evitá-las, adiá-las ou tratá-las é um dos objetivos da Longev”, diz Werblowsky.

A Longev Week está marcado para 8 a 14 de dezembro, no teatro da Faculdade de Medicinada Universidade de São Paulo (USP). As inscrições são gratuitas, pelo site, e o participante escolhe até 3 palestras e 3 atividades.

Durante a semana de promoção da saúde e da prevenção de doenças para a longevidade ocorrerão 49 palestras temáticas e 49 atividades de bem-estar. Entre os temas estão o Alzheimer, o Parkinson, as doenças do coração, a diabetes, a depressão e as possibilidades e alternativas para combatê-la, entre dezenas de outros.

Entre os palestrantes estarão a psiquiatra especializada em sexo, Carmita Abdo; o médico especialista em sono, Geraldo Lorenzi Filho; a oncogeriatra Marina Sahade; o médico geriatra especializado em musicoterapia, Thiago Mônaco; e a especialista em aromacologia, Sonia Corazza; entre muitos outros.

Paralelamente às palestras acontecerão atividades que estimulam hábitos saudáveis, como, por exemplo, a dança circular, a cargo de Vaneri de Oliveira; a pintura em aquarela, com a terapeuta artística Mary Porto; o canto, com a maestrina Sonia Marx, entre outras.

SERVIÇOS

Inscrições: http://twixar.me/5Tb3

Quando: 8 a 14 de dezembro

Onde: Av. Dr. Arnaldo, 455 – Cerqueira César, São Paulo – SP, 01246-903

Telefone: (11) 5088-0990

Confira a programação no site :http://longevweek.com.br

Informação à moda antiga

Cebes lança radionovela para ampliar conhecimento sobre o SUS. E a Rádio 60.0, quem diria, é tocada pelos velhinhos mais animados do litoral santista.

Quais são seus hábitos matinais? O que você costuma fazer logo que sai da cama? Bem, eu vou te contar um segredinho! Antes mesmo de escovar os dentes, eu ligo o rádio. E quando não tem um aparelho perto, escuto o noticiário – do rádio – pela televisão ou pela internet.

O rádio foi o maior companheiro de todos os brasileiros até a chegada da televisão, internet e a popularização do cinema. Era o grande veículo de comunicação que levava às casas das pessoas músicas, notícias e entretenimento.

No anos 1930 era comum se ouvir no rádio grandes textos teatrais. No entanto, o grande marco deu-se no início dos anos 1940, quando estrearam as radionovelas no Rio e em São Paulo. O gênero logo caiu no gosto do público e foi sucesso de audiência por duas décadas.

Segundo contou a jornalista Rose Saconi, no acervo de  O Estado de S. Paulo, as radionovelas estimulavam a imaginação dos ouvintes. “Era a magia do rádio que permitia se acompanhar uma boa história apenas por meio de vozes e som ambiente”, escreveu.

Os recursos eram poucos, apenas os chamados radioatores protagonizando as tramas com a utilização da voz e os criativos efeitos de sonoplastia. Uma terrível tempestade, por exemplo, não passava de uma folha de zinco balançando. Cavalos em galope eram apenas cascas de coco batendo numa mesa.

Um clima agora resgatado pelo Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes), com o projeto ComunicaSUS.

Serão dez episódios de radionovelas curtas para ajudar a levar informações sobre o Sistema Único de Saúde. A ideia é conscientizar a sociedade sobre seus direitos, além de valorizar o trabalhador da área, de modo a consolidar o sistema.

Nas radionovelas, SUSete, uma jovem agente de Saúde, vai dividir grandes questões com suas companheiras Ângela e Norma, entre tantos outros personagens, sobre a missão de democratizar a comunicação e a informação no SUS.

Sobre o Cebes

O Centro Brasileiro de Estudos de Saúde é uma entidade nacional criada em 1976, cuja missão histórica é a luta pela democratização da sociedade e a defesa dos direitos sociais, em particular o direito universal à saúde.

Como espaço plural suprapartidário, reúne ativistas, lideranças, pesquisadores, professores, profissionais e estudantes. Mais do que isso, articula e participa de frentes e alianças com diversos movimentos sociais, grupos e entidades da sociedade civil.

Rádio 60.0

E por falar em rádio, já ouviu a 60.0? Projetada para “dar voz” aos cerca de 80 mil idosos de Santos, em São Paulo, a Rádio 60.0 é iniciativa da prefeitura, tocada pelos velhinhos mais animados do litoral. A programação do veículo transmite, via internet, músicas dos anos 60 a 2000: de Agostinho dos Santos a Clara Nunes e Wanderléa.

O projeto oferece workshop de capacitação em técnicas de rádio aos idosos.  O treinamento tem duração de uma semana e os alunos podem, após a formação, integrar o grupo de voluntários que participam da produção, edição e locução da 60.0.

As aulas ministradas incluem temas como cidadania, internet, redes sociais e aplicativos de celular, história do meio de comunicação e técnicas de locução.

Dia do Idoso é alerta para a sociedade aprender a ressignificar a velhice

Quando os problemas ambientais vieram à tona, toda a sociedade teve de passar por uma reeducação que a levou a rever seu comportamento. De lá para cá, o entendimento do ciclo de vida de um produto faz parte do cotidiano das mais diversas gerações, que entenderam a preservação do meio ambiente como algo essencial para o futuro do planeta. O desafio agora é modificar a compreensão sobre o ciclo da vida humana para ressignificar a longevidade, um fenômeno inédito para os brasileiros.

O Dia Internacional do Idoso, comemorado nesta segunda-feira, 1 de Outubro, foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1991 para sensibilizar a sociedade sobre as questões do envelhecimento e da necessidade de proteger e cuidar da população mais idosa. Algo que só se conquista com educação. É a base de tudo. De todo o resto.

Quando os problemas ambientais vieram à tona, toda a sociedade teve de passar por uma reeducação que a levou a rever seu comportamento. De lá para cá, o entendimento do ciclo de vida de um produto faz parte do cotidiano das mais diversas gerações, que entenderam a preservação do meio ambiente como algo essencial para o futuro do planeta. Não é diferente com o envelhecimento. O desafio agora é modificar a compreensão sobre o ciclo da vida humana para ressignificar a longevidade, um fenômeno inédito para os brasileiros.

E, consciente disso, o Portal Plena faz sua parte com o Plena na Escola. Trata-se de um projeto recém-lançado, que debate os reflexos da transição demográfica com os alunos do ensino médio.

De acordo com Ana Cláudia Vargas, o retorno tem sido positivo. “Estudantes interessados, perguntas estimulantes, um cenário que favorece a discussão,  assim têm sido os debates do Plena na Escola, uma iniciativa que se propõe a ser uma conversa franca e aberta sobre a velhice”, conta em seu texto.

Na prática, são conversas  nas quais o economista Wanderley Parizotto fundador do portal, fala aos estudantes sobre o rápido envelhecimento da população brasileira, sobre suas consequências e da importância de se envelhecer de forma autônoma em todos os aspectos. Ou seja, de ressignificar a longevidade.

Segundo Parizotto, a ideia é inserir  o tema do envelhecimento em alguma atividade acadêmica do dia a dia. A discussão demora, em média, uma hora. E todos os assuntos abordados são ilustrados e respaldados em dados do IBGE.

“Procuramos sempre fazer um paralelo com a leitura e o conhecimento matemático, histórico, sociológico, filosófico e assim por diante”, diz. “A intenção é levar este debate para escolas do Brasil inteiro”.

plena nas escolas

Interessados em saber mais sobre o Projeto Plena Na Escola devem entrar em contato com ana.vargas@portalplena.com (11) 99843-9381 ou  wanderley@portalplena.com (11) 994153-7528.

A primavera chegou, mas outubro continua amarelo

A cada 40 segundos, uma pessoa se mata no mundo. Isso é mais do que guerra e homicídios juntos. No Brasil, a taxa de homicídios é maior, mas o número não deixa de ser assustador: são 32 casos por dia. Apesar de ser chamada de “epidemia silenciosa”, há informações disponíveis que são muito úteis para prevenção. Precisam ser divulgadas e colocadas em prática.

Já escrevi aqui sobre o aumento alarmante de suicídio, principalmente entre idosos. E não custa retornar ao tema quando se dedica um mês inteiro, e um tantinho a mais, voltado a sua prevenção. A Universidade de São Paulo está com várias atividades abertas ao público até outubro.  O Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) promove simpósios para ajudar os profissionais da Saúde a lidarem com a situação, tratada como epidemia silenciosa. E eu aproveito para recomendar a leitura de um livro incrível, que muito me ajudou durante a fase mais aguda da depressão que tive, há pouco mais de 15 anos. Chama-se “Demônio do meio-dia: Uma anatomia da depressão”, de Andrew Salomon.

Leitura para ser feita a qualquer tempo e em qualquer estação. Afinal, a Primavera está aí para florescer é dentro da gente! Eu gosto muito de uma letra do Ney Matogrosso (ele de novo, sim!!!!) – da época do Secos & Molhados. É uma poesia maravilhosa sobre resistência em qualquer circunstância:

“Quem tem consciência para ter coragem

Quem tem a força de saber que existe

E no centro da própria engrenagem

Inventa a contra-mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado

Quem já perdido nunca desespera

E envolto em tempestade decepado

Entre os dentes segura a primavera”

Primavera Nos Dentes

E para resistir, o primeiro passo é reconhecer a doença. E admitir que se é portador de algo que precisa ser tão controlado como diabetes ou hipertensão. Precisamos de um novo olhar para os transtornos mentais, que nada mais são que disfunções no funcionamento da mente. E sim, podem afetar qualquer pessoa e em qualquer idade e, geralmente, são provocados por complexas alterações do sistema nervoso central.

Existem diversos tipos de transtornos, que são classificados em tipos, e alguns dos mais comuns incluem aqueles relacionados à ansiedade, depressão, compulsão e alimentação, para citar alguns dos meus velhos conhecidos. E quanto mais informação divulgada maior a chance de prestar assistência a quem precisa. Então, vamos lá!

Debates e assistência psicológica

Até o dia 10 de outubro, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo promove atividades do Setembro Amarelo, uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Desde 11 de setembro tem sido realizadas palestras, mesas-redondas, oficinas e atividades culturais, voltadas ao debate e ao acolhimento sobre saúde mental.

Professores da FFLCH e de outras unidades da USP e especialistas de instituições de ensino e saúde vão discutir o assunto de uma forma interdisciplinar. Todas as atividades são gratuitas, mas é preciso inscrição para as oficinas. Interessados devem acessar a  página Setembro Amarelo FFLCHpara se cadastrar.

Plantão de atendimento

No Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), serão oferecidos plantões de atendimento psicológico, sob coordenação da psicóloga Margareth Labate. Eles são promovidos pela Comissão de Apoio à Comunidade (CAC) do instituto. Os atendimentos são gratuitos e acontecem nas salas 205 e 206 do prédio ICB IV, das 10 às 18 horas, às terças e quintas-feiras do mês de setembro.

São Carlos

Em São Carlos, a programação começou no dia 13 de setembro e foi desenvolvida conjuntamente entre a Prefeitura do Campus USP de São Carlos (Serviço Social, Centro Cultural e Cefer), Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), Teatro da USP (Tusp), Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (Caaso) e Sanca Social.

Os eventos são destinados a toda a comunidade (alunos, professores e funcionários técnico-administrativos). Não é necessário realizar inscrição prévia. Informações podem ser obtidas pelo telefone (16) 3373-9111.

Ribeirão Preto

Serviços de rotina em saúde mental são oferecidos para todas as unidades do campus pela equipe do Centro de Orientação Psicológica (COPi) – setor especializado no atendimento clínico a alunos e funcionários, mantido pela Prefeitura do Campus da USP em Ribeirão Preto (PUSP-RP). A sede do COPi fica na Rua Clóvis Vieira, casa 32, no campus. Medicina, Direito, Administração e Educação Física também programaram atividades.

Rio Preto

Setembro RP

Em Rio Preto, o Centro de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria Estadual de Saúde, promove, no dia 27 de setembro, o 1º Simpósio Regional de Prevenção ao Suicídio, com diversas palestras voltadas aos profissionais da área. Confira.

Com Portal Plena.

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Desconstruindo o colágeno

A busca para manter uma aparência jovem leva cada vez mais pessoas a consumirem colágeno como se fosse o elixir mágico da beleza. E, de fato, ele tem sua importância. Mas será que é usado da maneira correta? E qual é sua parcela de culpa no processo de envelhecimento?

Não existe receita pronta e generalizada na prescrição nutricional para repor todas as perdas que ocorrem com o passar dos anos. Um programa alimentar e a suplementação precisam ser individualizados e reavaliados regularmente, de acordo com o estilo de vida de cada um. Mas a busca para manter uma aparência jovem leva cada vez mais pessoas a consumirem colágeno como se fosse o elixir mágico da beleza.

De fato, o colágeno é de extrema importância para a saúde ao garantir força e mobilidade para diferentes partes do corpo. “Trata-se de um composto de proteínas presente na estrutura humana, mas que deixa de ser produzido gradativamente com o passar dos anos”, explica a dermatologista Adriana Caldas, professora da Faculdade de Medicina Estadual de São José do Rio Preto.

Sua produção é realizada por células chamadas fibroblastos e sua  principal função é dar suporte e sustentar a estrutura da pele, prevenindo a flacidez e o aparecimento de rugas. “Além de deixar a pele mais firme e bonita, o colágeno também é importante para a função de sustentação das células, atua na cicatrização e contribui para a integridade e o funcionamento normal dos ossos, músculos e cartilagens”, completa a nutricionista Adriana Lima, da Clínica Fares.

De repente 30

Mas a derrocada começa cedo:  a partir dos 30 anos a produção pelo organismo cai, em media, 1% ao ano. E depois dos 50 anos a perda é mais acelerada, principalmente nas mulheres.

O médico Jardis Volpe, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que é possível identificar que o processo começou porque o contorno do rosto muda. As rugas aparecem e as bochechas e pálpebras parecem cair.

Não à toa, produtos com colágeno já abarrotam as gôndolas dos supermercados. Há opção para todos os gostos e bolsos: balas, capsulas e bebidas prometem rejuvenescer, hidratar, purificar e até aliviar o estresse. Só que funcionam em pouquíssimos casos.

“Na maioria das vezes não há uma dosagem suficiente para fazer com que você rejuvenesça, principalmente para aqueles pacientes com idade mais avançada”, afirma o dermatologista.

Alimentação é coadjuvante

Tanto Adriana quanto Jardis destacam que para que o colágeno seja bem aproveitado, é preciso  associá-lo com uma alimentação balanceada porque o organismo precisa de outros nutrientes para que o efeito seja eficiente.

“É necessária a participação de zinco, cromo, silício, selênio, cobre, das vitaminas A , E e C além de vitaminas do complexo B, como a piridoxina, a biotina e o ácido pantotênico”, explica a dermatologista. E, em cada pessoa, essa necessidade é diferente.

É possível ainda encontrar colágeno em alimentos de origem animal como carnes e gelatinas. O que ainda não está comprovado é se ele pode ser absorvido apenas pelo seu consumo.

Principais tipos e suas funções

Existem pelo menos 16 tipos de  colágenos, mas o tipo I e tipo II são os mais utilizados nas reposições.

O colágeno tipo I representa 90% do total do nosso corpo. Ele fornece estrutura para a pele, ossos, tendões, cartilagem fibrosa, tecido conjuntivo e dentes. Recomenda-se o uso de 10g por dia junto com as refeições e com um alimento rico em  vitamina C

O tipo II é feito de fibras frouxamente empacotadas e é encontrado na cartilagem elástica, que servem de “almofadas” para as articulações. É indicado para doenças como osteoartrite de origem autoimune e artrite reumatoide. Recomenda-se 40 mg por dia em jejum .